O governo da Coreia do Norte, liderado por Kim Jong-un, recusou qualquer iniciativa para discutir uma possível reunião com a Coreia do Sul. Essa posição foi comunicada por Kim Yo Jong, irmã do atual líder norte-coreano, na segunda-feira (28/7).
Na primeira manifestação oficial a respeito do novo governo sul-coreano, comandado por Lee Jae Myung, vice-diretora do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia disse que a postura da Coreia do Norte permanecerá inalterada, independentemente de quem for eleito presidente no Sul.
“Deixamos claro mais uma vez nossa posição oficial: independentemente da política adotada e da proposta apresentada em Seul, não temos interesse e não há motivo para qualquer encontro ou discussão com a Coreia do Sul”, afirmou Kim Yo Jong.
Essa declaração ocorre após Lee Jae Myung ter sido eleito presidente da Coreia do Sul em junho deste ano. Com 61 anos, o novo líder apresenta atitudes mais moderadas que seu predecessor, que foi afastado após ser acusado de tentar um golpe.
Desde que assumiu, Lee Jae Myung tem feito gestos favoráveis a Pyongyang para restabelecer o diálogo, incluindo o fortalecimento do Ministério da Unificação, responsável por intercâmbios e políticas para a reunificação, e a suspensão de transmissões sul-coreanas com conteúdo contra a Coreia do Norte.
No entanto, a liderança de Kim considera que as relações bilaterais ultrapassaram o momento para uma reconciliação. Segundo os norte-coreanos, o Sul cultivou um clima de confronto, especialmente devido à aproximação militar e política com os Estados Unidos.
Apesar da rejeição, Lee Jae Myung se mostrou otimista sobre a possibilidade de normalizar as relações, ressaltando a necessidade de restabelecer a confiança e superar as barreiras de desconfiança entre as nações.
Além disso, Seul mencionou a possibilidade de ajustar os exercícios militares conjuntos com os EUA, que são criticados pela Coreia do Norte por representarem uma ameaça direta. A próxima edição da atividade militar anual Freedom Shield está prevista para o próximo mês.
Suspensão dos esforços pela união
Embora Seul e Pyongyang estejam oficialmente em guerra há mais de 70 anos, as conversas sobre reunificação pacífica começaram em 2000. As Coreias foram divididas em 1945, após a Segunda Guerra Mundial.
No entanto, esses esforços foram interrompidos no último ano por ordem de Kim Jong-un. O líder norte-coreano ordenou o fechamento de agências de cooperação com o Sul e determinou a destruição das estradas e ferrovias que conectavam os dois países.