Kim Kataguiri, deputado federal do União Brasil, esclareceu nas redes sociais a sua decisão de votar pela suspensão de Glauber Braga (PSol), colega da Câmara dos Deputados. O mandato de Glauber foi suspenso por seis meses, após escapar da cassação na noite de quarta-feira (10/12).
No X (antigo Twitter), Kim afirmou que tentou mobilizar votos para cassação, porém não conseguiu atingir o quórum necessário de 257 votos. Por isso, votou pela suspensão para garantir que houvesse uma penalização.
“Eu tentei. Lutei no plenário para conseguir os votos para cassar. Porém, não alcançamos os 257 votos em nenhuma votação da noite. Para assegurar que Glauber Braga não fosse impune, optei pela suspensão”, explicou Kim Kataguiri.
O deputado criticou a atitude do parlamentar cassado, classificando-a como uma postura covarde e sem decoro, referindo-se ao episódio em que Glauber expulsou com chutes um militante do Movimento Brasil Livre (MBL), Gabriel Costenaro, da Câmara em abril de 2024.
Kim Kataguiri, que é um dos fundadores do MBL, ressaltou que sua decisão foi estratégica diante da falta de votos para cassar o mandato.
Ele ainda respondeu a críticas com ironia, destacando que se a votação pela cassação tivesse sido rejeitada, Glauber não teria sofrido qualquer punição.
Decisão da Câmara
Na mesma noite, o plenário da Câmara decidiu substituir a cassação pela suspensão do mandato de Glauber Braga por seis meses, com 318 votos a favor. O processo ocorreu após uma emenda do PSol.
Na véspera, o clima na Câmara foi tenso, com confrontos envolvendo Glauber Braga e policiais legislativos, além da expulsão e agressão de jornalistas presentes no plenário.
Arquivamento do caso de Carla Zambelli
Também na quarta-feira, a Câmara arquivou o pedido de cassação da deputada Carla Zambelli (PL-SP), pois o parecer contrário não atingiu o mínimo de 257 votos necessários. Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal por envolvimento intelectual na invasão do Conselho Nacional de Justiça, em associação com o hacker Walter Delgatti, envolvendo a criação de documentos falsos como mandados de prisão.
Carla Zambelli está atualmente presa na Itália, onde espera pelo processo de extradição ao Brasil, tendo sido impedida de concorrer a eleições devido a duas condenações que somam mais de 15 anos de prisão.

