A Rússia realizou na madrugada de terça-feira (25/11) uma série de ataques aéreos intensos contra a infraestrutura energética da Ucrânia, incluindo a capital, Kiev. Esses ataques resultaram em seis mortes. As autoridades ucranianas classificaram a ação como uma “reação terrorista” do presidente russo Vladimir Putin diante do plano de paz proposto pelos Estados Unidos. Moscou, por sua vez, relatou ao menos três mortes causadas por ataques ucranianos no sul do país.
O Ministério da Energia da Ucrânia anunciou que um ataque combinado em larga escala está em andamento, afetando sistemas de energia essenciais. Explosões e atividades de drones foram detectadas, e a defesa aérea conseguiu interceptar alguns mísseis sobre Kiev.
O prefeito de Kiev, Vitaly Klitschko, informou que houve interrupção no fornecimento de água e energia na cidade. Após alerta nacional de ataque aéreo, seis pessoas perderam a vida.
Tymur Tkachenko, chefe da Administração Civil e Militar de Kiev, alertou para o risco de ataques com mísseis em todo o país e ressaltou que as defesas aéreas estão ativas, abatendo os alvos inimigos. Ele recomendou que a população permaneça em abrigos.
O ministro das Relações Exteriores ucraniano, Andriy Sybiga, denunciou que a resposta de Putin às propostas de paz dos Estados Unidos e do presidente Trump foi o lançamento de mísseis e drones contra a Ucrânia.
Desde o início da invasão em 2022, a Rússia tem realizado ataques sistemáticos às usinas e estações de energia da Ucrânia, causando apagões frequentes, situação que se agrava com a aproximação do inverno. Neste ano, os ataques também passaram a atingir instalações de gás.
No território russo, a Ucrânia tem efetuado ataques frequentes a depósitos de petróleo, refinarias e outras instalações. Entre 24 e 25 de novembro, um ataque aéreo ucraniano na cidade de Taganrog, no Mar de Azov, matou pelo menos três pessoas e feriu outras oito, segundo comunicado da prefeita Svetlana Kambulova.
A região russa de Krasnodar, situada no Mar Negro, sofreu um ataque aéreo de grande escala promovido pela Ucrânia, atingindo várias cidades. O governador regional, Veniamin Kondratiev, relatou que esse foi um dos ataques mais longos e intensos realizados por Kiev, resultando em seis feridos e danos a pelo menos vinte residências em cinco municípios.
Esses ataques acontecem após rejeição da Rússia a uma contraproposta europeia para um plano de paz, considerado muito favorável aos interesses do bloco pela parte russa. Yuri Ushakov, assessor diplomático do presidente Vladimir Putin, declarou que o plano europeu não é construtivo nem aceitável para Moscou.
A contraproposta foi elaborada em Genebra, em negociações entre americanos, europeus e ucranianos, tomando como base um plano prévio do ex-presidente Donald Trump. Este plano original, que teve boa receptividade em Moscou, incluía concessões territoriais para a Ucrânia, mas para Kiev significava uma rendição do país.
As conversas resultaram em uma reafirmação da Casa Branca da importância da soberania ucraniana. A Rússia avisou que intensificará os bombardeios se a Ucrânia não aceitar o plano inicial proposto pelos Estados Unidos, que inclui 28 pontos para encerrar o conflito.