O tenente-coronel das Forças Especiais do Exército Rodrigo Bezerra de Azevedo foi o único militar a comparecer nesta terça-feira, 11, ao Supremo Tribunal Federal (STF) para assistir ao julgamento do núcleo 3 da trama golpista, da qual faz parte. O “kid preto”, como são chamados os agentes especiais, esteve na Corte sem usar a farda.
O grupo é acusado de organizar e executar ações que planejavam um golpe de Estado, incluindo a tentativa de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.
Azevedo foi apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como o agente com o codinome “Brasil” na operação Copa 2022, que envolveria a tentativa de matar o ministro Moraes. Ele está preso preventivamente desde novembro do ano passado. Uma das principais provas contra ele é o uso do mesmo telefone celular identificado pela Polícia Federal (PF) nas semanas após a tentativa de neutralização do ministro do STF.
A defesa do militar afirma que ele estava em sua casa no dia 15 de dezembro de 2022, quando o plano de assassinato teria sido executado. A Polícia Federal não apresentou evidências de que Azevedo esteve em Brasília na data da operação.
Segundo a PGR, Azevedo e outros “kids pretos” acusados de fazer parte do núcleo operacional da trama golpista participaram voluntariamente de uma organização criminosa existente desde pelo menos 29 de junho de 2021 e atuando até 8 de janeiro de 2023, utilizando armas.
“Essa organização usou violência e ameaças graves para impedir o funcionamento normal dos Poderes da República e derrubar um governo legalmente eleito”, declarou o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Os “kids pretos” são agentes das Forças Especiais do Exército treinados para missões de alta complexidade.
Estadão Conteúdo
