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segunda-feira, 15/09/2025

Justiça rejeita prisão de Ciro Gomes por violência de gênero e proíbe ataques à prefeita

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JOÃO PEDRO PITOMBO
SALVADOR, SP (FOLHAPRESS)

A Justiça Eleitoral do Ceará negou nesta segunda-feira (15) o pedido de prisão preventiva contra o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) por acusações de violência de gênero contra a prefeita de Crateús (CE), Janaína Farias (PT).

No mesmo despacho, a Justiça determinou que Ciro Gomes não pode fazer comentários ofensivos ou injuriosos à prefeita, sob pena de multa de R$ 10 mil para cada infração. A decisão foi assinada pelo juiz Victor Nunes Barroso, da 115ª Vara Eleitoral de Fortaleza.

A defesa de Ciro Gomes alegou que a Justiça Eleitoral não teria competência para julgar o caso, mas o juiz rejeitou esse argumento. A equipe do ex-ministro foi procurada para comentar a decisão, mas não respondeu.

Janaína Farias (PT) é aliada do ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e foi assessora especial no governo do Ceará. Ela foi eleita segunda suplente do senador Camilo Santana e chegou a assumir temporariamente o cargo no Senado em 2024. Posteriormente, assumiu como prefeita de Crateús, cidade com cerca de 75 mil habitantes no semiárido cearense.

O ataque de Ciro Gomes contra a prefeita ocorreu em agosto, durante a festa de aniversário do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio. Na ocasião, o ex-ministro fez uma referência indireta a Janaína Farias.

Ele afirmou: “A pessoa que recrutava moças pobres e de boa aparência para fazer o serviço sexual sujo do senhor Camilo Santana virou senadora pelo Ceará e agora é prefeita de um município do estado”.

Janaína Farias respondeu na época: “Mais uma vez, sou atacada covardemente pelo senhor Ciro Gomes, conhecido por agredir moralmente as pessoas, especialmente as mulheres. Ele já foi condenado por ataques desse tipo. É um misógino que, diante do seu fracasso político, tenta manchar a honra alheia de forma irresponsável e inconsequente”.

Camilo Santana declarou que Ciro Gomes deve responder à Justiça por tentar prejudicar a honra das pessoas.

A solicitação de prisão preventiva contra Ciro Gomes por violência de gênero foi feita pela Advocacia do Senado Federal no início de setembro. A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), elogiou a decisão do Senado, classificando as ofensas de Ciro Gomes como “gravíssimas e machistas”.

O ex-ministro já havia ofendido Janaína antes e foi condenado a pagar R$ 52 mil por violência política de gênero, após chamá-la de “assessora de assuntos de cama” do ministro. Essa declaração foi feita em 2024, na posse de Janaína como senadora.

Ciro Gomes está deixando o PDT e deve se filiar ao PSDB para concorrer ao governo do Ceará em 2026, contando com o apoio de grupos de direita, incluindo bolsonaristas.

Ele concorreu à Presidência em 1998, 2002, 2018 e 2022, sendo opositor do governo de Lula, o que complica sua permanência no PDT, partido que apoia o governo.

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