Militar é acusado de ‘demolição massiva de residências civis’ e de ‘campanha sistemática de destruição’
Foto: Reprodução HRF
A Justiça brasileira emitiu uma ordem para que a Polícia Federal investigue um soldado israelense, que está no Brasil a passeio, por cometer crimes de guerra na Faixa de Gaza. A denúncia foi realizada há uma semana pela Hind Rajab Foundation (HRF, em inglês).
“Em um acontecimento jurídico histórico, as autoridades brasileiras tomaram medidas decisivas em relação a uma denúncia contra um soldado israelense que está de turismo no Brasil […] O Tribunal Federal do Distrito Federal, com o aval do Procurador Federal, emitiu uma ordem urgente para que a polícia investigue e tome providências contra o suspeito, o que representa um passo fundamental para responsabilizar os envolvidos nos crimes cometidos em Gaza”, disse a Fundação Hind Rajab (HRF), em um comunicado à imprensa.
A HRF, sediada em Bruxelas e criada para documentar crimes de guerra contra palestinos, acusa o soldado israelense de ter participado de demolições massivas de residências civis na Faixa de Gaza, em meio a ‘uma campanha sistemática de destruição’.
Para corroborar sua denúncia, a HRF, juntamente com as famílias que foram vitimadas, apresentou supostas evidências, como vídeos, dados de geolocalização e fotografias.
“Esses atos fazem parte de um esforço mais amplo para impor condições de vida insuportáveis aos civis palestinos, o que constitui genocídio e crimes contra a humanidade segundo o direito internacional”, complementou a HRF.
Na queixa à Justiça brasileira, a organização pede a prisão imediata do militar. A identidade dele foi mantida em sigilo por causa dos riscos de fuga e possível destruição de provas. Emitida em 30 de dezembro de 2024, a decisão da Justiça brasileira ordena, por enquanto, apenas a investigação do soldado.
