Rogério Correia, coordenador da comissão externa da Câmara dos Deputados para fiscalizar rompimentos de barragens, declarou nesta segunda-feira (17) que a decisão da Justiça da Inglaterra, que reconheceu a responsabilidade da mineradora BHP pelo rompimento da barragem de Fundão em Mariana (MG), reforça a constatação de descaso da empresa no desastre ambiental ocorrido há uma década.
Em 2015, o rompimento da barragem da Samarco, empresa controlada pela Vale e pela BHP, resultou em 19 mortes e na contaminação do rio Doce.
Em entrevista à Rádio Câmara, Rogério Correia explicou que essa decisão deve possibilitar indenizações para mais de 600 mil pessoas, incluindo comunidades e municípios afetados. No processo judicial, pleiteia-se uma reparação de R$ 230 bilhões, embora o valor final ainda dependa de cálculos posteriores.
Além disso, o pacote de reparações contempla obras de infraestrutura, a construção e aprimoramento de hospitais, ações educacionais, reflorestamento e projetos voltados à geração de emprego e renda. “Essas iniciativas fazem parte do acordo firmado aqui no Brasil”, acrescentou Correia.
Ponderou ainda que haverá duas frentes distintas de reparação: uma judicial na Inglaterra que trata das indenizações individuais, e outra no Brasil, gerida pelos recursos do próprio município. “Essas ações são independentes e não interferem entre si”, esclareceu ele.
