O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) declarou que a única situação em que desistiria de sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto nas eleições de 2026 seria a libertação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a chance de ele mesmo disputar a eleição.
Em entrevista à Record, o senador afirmou que não tem intenção de retirar sua participação e que o “preço” para abandonar a corrida presidencial é a “justiça” para seu pai, condenado a mais de 27 anos por envolvimento em uma trama golpista.
“Meu preço é justiça. E não é só comigo, é justiça para quase 60 milhões de brasileiros que estão sequestrados — presos neste momento com o presidente Jair Messias Bolsonaro. Portanto, não há volta. Minha pré-candidatura à Presidência é feita com muita consciência e visa representar a grande parcela da população brasileira que não suporta mais tamanha quantidade de desmandos”, destacou Flávio.
O senador continuou dizendo que o lançamento de sua candidatura, com o apoio e pedido do próprio Bolsonaro, simboliza esperança. Ele ressalta que está se expondo e que só irá parar no dia da vitória, desejando que as injustiças contra sua família e brasileiros residentes no exterior cessem.
“Não retiro meu nome, a não ser que haja justiça — como mencionei — não apenas para Bolsonaro, mas para centenas, milhares, milhões de brasileiros que sofrem, estão angustiados, sem esperança, com a sensação de: ‘A quem recorrer? O que fazer agora?’ Portanto, a apresentação do meu nome visa resgatar essa esperança e reavivar o espírito do povo brasileiro”, completou.
Mais cedo, em Brasília, o senador disse estar aberto a negociar o “preço” para desistir da disputa, sem porém detalhar qual seria. O apoio oficial de Bolsonaro à candidatura de Flávio foi divulgado com exclusividade pelo Metrópoles.
Pena e situação do ex-presidente
Bolsonaro cumpriu pena pela trama golpista na Superintendência da Polícia Federal, onde permanece preso preventivamente desde 22 de novembro por descumprimento de medidas cautelares em outro processo. Ele tentou violar a tornozeleira eletrônica que utilizava.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou a confirmação definitiva das condenações contra Bolsonaro e outros envolvidos na trama golpista. Com isso, o ex-presidente deve cumprir a pena em regime fechado por liderar uma organização criminosa que tentava mantê-lo no poder após as eleições de 2022.
Além disso, Bolsonaro está inelegível até o ano de 2060. Isso implica que ele só poderá tentar um novo mandato a partir de 2062, quando terá 107 anos de idade.