O governo Javier Milei denunciou uma ação ilegal de inteligência que teria como objetivo propagar desinformação e desestabilizar o processo eleitoral legislativo por meio de áudios atribuídos a Karina Milei, irmã do presidente da Argentina.
A denúncia foi encaminhada à 12ª Vara Federal e ao Ministério Público. O porta-voz Manuel Adorni publicou em sua conta oficial no X (antigo Twitter) na segunda-feira (1º/9) uma decisão judicial que proíbe a divulgação de gravações de conversas privadas ocorridas no Palácio do Governo.
Na decisão, o juiz Alejandro Maraniello declarou que se trata de uma séria violação da privacidade institucional, não configurando um caso de liberdade de expressão.
A liminar estabelece a proibição da divulgação das gravações de áudio por qualquer meio de comunicação, seja escrito, audiovisual ou redes sociais, e em qualquer site, plataforma ou canal na internet, conforme informou o jornal Clarín.
Vazamento
As primeiras gravações foram divulgadas em 20 de agosto. Em uma delas, Diego Spagnuolo, ex-diretor da Agência Nacional para a Deficiência (Andis), acusa Karina Milei — secretária-geral da Presidência e figura importante próxima ao presidente — de aceitar propina de indústrias farmacêuticas em contratos para fornecimento de medicamentos para a rede pública. Spagnuolo também menciona o subsecretário Eduardo “Lule” Menem como envolvido no esquema.
“Karina recebe 3%”, diz um dos trechos da gravação. O ex-funcionário, que já foi advogado de Milei, afirma ter comunicado o presidente sobre essas irregularidades. Após o vazamento, ele foi afastado do cargo, e novos áudios surgiram, aumentando as suspeitas.