Apesar da redução no número de lançamentos de imóveis desde 2021, o Distrito Federal gerou 948 empregos formais na construção civil no primeiro semestre de 2025, segundo levantamento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O mercado de trabalho local mostrou resistência, mantendo cerca de 80 mil empregos mesmo com a desaceleração econômica na região Centro-Oeste.
Em Brasília, foram vendidas 3.211 unidades imobiliárias neste período, indicando um mercado saudável, conforme explicou Paulo Muniz, vice-presidente da CBIC para a região Centro-Oeste. A economia local se mostra equilibrada, apesar da retração em algumas áreas.
Ieda Vasconcelos, economista chefe da CBIC, ressaltou que, embora a geração de vagas tenha caído 67,59% em relação ao ano anterior, o setor continua ativo. Esse recuo está ligado ao desempenho desigual entre os diversos segmentos da construção civil, com crescimento expressivo nas obras de edifícios e infraestrutura, e queda nos serviços especializados.
O aumento da taxa Selic para 15% tem sido uma preocupação para o setor. Juros mais altos encarecem o financiamento para empresas e dificultam o acesso ao crédito para compradores, reduzindo investimentos e o volume de recursos disponíveis.
Panorama do mercado imobiliário no DF
Fábio Tadeu Araújo, CEO da Brain Inteligência Estratégica e consultor da CBIC, afirmou que o mercado está equilibrado, com aproximadamente 5.500 apartamentos em construção ou planta e vendas anuais entre 6.500 e 7.000 unidades. A demanda supera a oferta especialmente no programa Minha Casa, Minha Vida, onde há muito mais famílias buscando imóveis do que imóveis disponíveis.
No segmento de alto padrão, a demanda também é maior que a oferta, indicando um mercado aquecido, mesmo com uma desaceleração de cerca de 10% nos lançamentos e vendas em comparação a 2024, motivada sobretudo pelo custo maior do crédito.
Resiliência do setor
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon-DF), Adalberto Valadão Júnior, destacou que o mercado permanece resiliente, com vendas mantidas mesmo com juros elevados. Ele aguarda a queda da taxa para um crescimento mais acelerado.
Celestino Fracon Júnior, presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi-DF), observou que a diminuição nos lançamentos não reflete um desaquecimento, pois a oferta atual está entre 5 mil e 6 mil unidades, abaixo da média histórica, o que pode valorizar os imóveis existentes.