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sexta-feira, 22/11/2024
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Junho foi o 14°. mês consecutivo com recorde de calor global

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Segundo a Nasa e NOAA, o mês foi 0,9°C mais quente que a média do século 20, sendo o junho mais quente desde 1880

Estátua de Buda fotografada durante o nascer do sol na Tailândia, país que teve uma onda de calor em abril de 2016.
Estátua de Buda fotografada durante o nascer do sol na Tailândia, país que teve uma onda de calor em abril de 2016.

O mês passado foi o junho mais quente no planeta desde 1880, marcando o 14°. mês consecutivo em que os recordes mensais de calor foram quebrados, informou na última terça-feira a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês).

“A temperatura média global das superfícies terrestres e oceânicas em junho de 2016 foi a mais alta para este mês desde 1880, quando começaram os registros da NOAA”, afirmou a agência americana em um comunicado. “Trata-se do 14°. mês consecutivo em que o recorde de temperatura global mensal foi quebrado, o período mais longo em 137 anos de registros”, acrescentou.

De acordo com dados da Nasa, o período de janeiro a junho foi também o semestre mais quente desde que os registros começaram.

A temperatura média combinada sobre as superfícies globais do solo e dos oceanos em junho foi 0,9°C acima da média do século XX, de 15,5°C, de acordo com os dados da NOAA e do Goddard Institute for Space Studies (GISS, na sigla em inglês), da Nasa.

“Junho de 2016 marca o 40º. junho consecutivo com temperaturas acima da média do século XX”, afirmou a NOAA em comunicado.

A agência americana também disse que 14 dos 15 picos recordes de calor registrados ocorreram desde fevereiro de 2015, o que revela que o aquecimento global está se acelerando.

Altas temperaturas

A sequência de meses que batem o recorde de altas temperaturas começou em abril de 2015, com o apoio do El Niño, fenômeno de aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico. Contudo, o El Niño perdeu força neste ano, deixando mais claros os efeitos das mudanças climáticas.

“Enquanto o evento do El Niño no Pacífico, neste inverno [verão para o hemisfério Sul] impulsionou as temperaturas a partir de outubro, é uma tendência mais profunda que está produzindo esses recordes”, afirmou o cientista Gavin Schmidt, do GISS, em comunicado.

Em junho, a média de temperatura na superfície terrestre do planeta foi de 1,23°C acima da média mensal do século XX (13,2°C), empatada com o recorde absoluto para esse mês, que foi atingido em 2015.

Na superfície dos oceanos, a temperatura média global em junho foi 0,77°C acima da média mensal do século passado (16,3°C). Isso faz com que o último junho se torne o mais quente já registrado, ultrapassando em 0,02°C o recorde anterior, estabelecido na superfície dos mares em junho de 2015.

Segundo os cientistas do GISS, a alta das temperaturas globais tem sido influenciada pelo aumento das temperaturas no Ártico – um fator que também tem ajudado tornar menores as camadas de gelo nos polos.

“Este tem sido um ano de recordes das temperaturas globais, mas as altas temperaturas no Ártico nos últimos seis meses foram ainda mais extremas. Esse aquecimento, bem como os padrões climáticos incomuns, levaram às menores extensões de gelo na região”, afirmou Walt Meir, cientista da Nasa.

Especialistas afirmam que o aquecimento global é pelo menos parcialmente responsável por uma série de desastres ambientais ao redor do mundo, desde o branqueamento da Grande Barreira de Coral da Austrália até os incêndios florestais que devastaram o Canadá em maio.

O ano passado foi o mais quente já registrado, ultrapassando 2014, que já havia batido o recorde.

(Com AFP)

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