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terça-feira, 24/06/2025




Juliana compartilhou momentos felizes do mochilão

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Luana Takahashi e Lorena Barros
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

Juliana Marins, que faleceu após cair durante uma trilha e esperar quatro dias pelo resgate na Indonésia, estava fazendo um mochilão por países asiáticos. Em suas últimas postagens nas redes sociais, ela dividiu os desafios e alegrias vividos na jornada.

A brasileira, natural de Niterói (RJ), iniciou seu roteiro em fevereiro e já passara pelas Filipinas, Vietnã, Tailândia e, desde maio, estava na Indonésia. “Há 36 dias saí do Brasil sozinha para viver esse mochilão. Estou vivendo devagar, sem muitos planos, improvisando e deixando a vida acontecer”, escreveu em março nas redes sociais.

Juliana afirmou que o Vietnã foi seu destino preferido, enquanto na Tailândia descobriu mais sobre seu propósito. Ela explorou cidades tailandesas sozinha, participou de um retiro de yoga de cinco dias, fez cursos de mergulho e meditou ao lado de monges em um monastério budista.

“Tenho aprendido a prestar atenção ao meu corpo e tudo que ele é capaz de fazer, por dentro e por fora. Nesta terça-feira (24), sou grata por viver cada instante, aceitar todas as emoções e deixar que elas fluam”, relatou Juliana Marins.

Embora tenha tido experiências enriquecedoras, a jovem enfrentava crises de ansiedade e sentia saudades da família. “Hoje liguei para eles chorando de saudade. Termineia a ligação sorrindo, rindo das brincadeiras dos meus pais, e com a paz no coração por pertencer a essa família”, contou na legenda de uma foto com seus pais.

“Viajar sozinha por tanto tempo significa que os sentimentos serão mais intensos e imprevisíveis do que o habitual. E está tudo bem. Nunca me senti tão viva”, disse Juliana Marins.

Juliana também agradeceu pelas amizades feitas nos diversos países visitados, citando nomes que tornaram seu tempo especial, como Miriam, Kass, Felix, Anastacia, Simon e Merlin.

Brasileira foi encontrada morta após quatro dias

A notícia da morte veio após quatro dias de tentativas de resgate. “Com imensa tristeza, comunicamos que ela não resistiu”, declarou a família. Horas antes, o Ministério do Turismo da Indonésia havia informado que estava em estado terminal, conforme avaliação das equipes de busca.

Não há definição sobre a continuidade das buscas para recuperação do corpo. Sete socorristas chegaram perto do local onde estava Juliana, mas montaram acampamento móvel devido ao anoitecer, conforme comunicado da administração do parque nas redes sociais.

O governo brasileiro lamentou o ocorrido e informou que o corpo foi localizado. As buscas foram dificultadas por condições meteorológicas adversas, incluindo solo instável e baixa visibilidade.

O pai, Manoel Marins, estava a caminho de Bali, partindo de Lisboa. Ele enfrentou atrasos por causa do fechamento de aeroportos devido a conflitos no Oriente Médio.

Parentes agradeceram o apoio nas redes sociais. O perfil criado para informar sobre o resgate ganhou 1,5 milhão de seguidores em quatro dias.

Juliana Marins, de 26 anos, tropeçou e escorregou durante a trilha na noite de sexta-feira (20). Ela caiu da montanha e ficou cerca de 300 metros abaixo do caminho, numa trilha no vulcão Rinjani, ilha de Lombok. Ficou debilitada e incapaz de se mover.

Três horas após o acidente, um grupo de espanhóis a encontrou. Sua irmã, Mariana, de Niterói, disse que as pessoas no local procuraram por familiares e amigos nas redes sociais.

A família acompanhou a situação por fotos e vídeos enviados pelos espanhóis, aguardando o resgate. A irmã contou que uma neblina e umidade intensa agravaram a situação, fazendo Juliana escorregar ainda mais. Mariana lamentou que seria trágico se ela perdesse a vida por falta de socorro.

O atraso no resgate ocorreu por dificuldades do terreno, segundo autoridades locais. A Barsanas (Agência Nacional de Resgate da Indonésia) informou que quem viu a queda demorou oito horas para avisar as equipes. Desde o acidente, várias tentativas foram feitas para socorrer com cordas e macas, sem sucesso.

Un drone térmico localizou Juliana na segunda-feira, próxima a um desfiladeiro. Segundo a agência de resgate, ela estava imóvel, situada centenas de metros abaixo do ponto inicial da queda, em local de acesso extremamente difícil.




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