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sábado, 02/08/2025

Juiz usa TikTok e denuncia universitária bolsista que vive bem ao MPGO

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Goiânia – Um juiz da Vara da Fazenda Pública Municipal de Anápolis, cidade situada a aproximadamente 55 km da capital de Goiás, acionou o Ministério Público de Goiás (MPGO) após suspeitar que uma estudante de medicina da UniEvangélica tenha tentado fraudar o sistema público para continuar recebendo uma bolsa integral do Programa GraduAção.

Segundo o magistrado Gabriel Lisboa, a aluna Gabriella Andrade Viegas de Arruda e sua família não apresentam o padrão financeiro declarado no processo, que apontava uma renda de apenas três salários mínimos.

Por meio de informações públicas encontradas nas redes sociais, especialmente no TikTok, o juiz constatou que a jovem tem exibido viagens internacionais, estilo de vida fitness e participação em corridas, características que não condizem com a condição de pobreza alegada pela estudante.

Gabriella ingressou no curso de medicina em 2020/1 e é beneficiária do Programa GraduAção, iniciativa da Prefeitura de Anápolis que oferece bolsas para estudantes universitários com renda familiar bruta de até seis salários mínimos.

No penúltimo semestre de seu curso, a bolsa foi suspensa. Ela entrou na Justiça buscando a manutenção do benefício, que foi concedido inicialmente de forma liminar, mas a decisão foi revertida pelo juiz devido a inconsistências nas justificativas apresentadas.

O juiz ainda descobriu que a advogada que assinou o processo, Priscilla Silva de Andrade, é mãe da estudante. Além de advogada, ela é servidora pública estadual com salário mensal de R$ 8.496,10, valor quase três vezes maior do que o declarado como renda familiar total.

Foi identificado ainda que a mãe da estudante possui uma empresa no mesmo endereço onde Gabriella reside, o que sugere renda adicional não declarada e levanta dúvidas sobre a afirmação de que a jovem morava apenas com seus avós em situação de pobreza.

O pai da estudante, Tiago Viegas de Arruda, é sócio da empresa Duetto Imóveis e já ocupou cargo de confiança em um instituto municipal. O avô materno, Marcos Valin de Andrade, alegado como morador com a estudante, administra uma empresa com capital social elevado, localizada no mesmo endereço da estudante e da empresa da mãe.

Em resposta, a Prefeitura de Anápolis constituiu uma comissão para avaliar os critérios do Programa GraduAção. A comissão foi criada após surgirem indícios que apontam para irregularidades na concessão das bolsas, já que a prefeitura não tinha uma base de dados para comprovar se os beneficiários cumpriam os requisitos exigidos. A conclusão dos trabalhos determinará o futuro do programa.

Com base nas evidências, o juiz encaminhou o processo ao Ministério Público de Goiás para eventuais investigações e confrontação das informações com dados da Receita Federal.

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