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terça-feira, 12/08/2025

Jovens lideram protagonismo de periferias e povos indígenas na COP30

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Neste 12 de agosto, a ONU comemora a força, criatividade e liderança da juventude. A data marca o Dia Internacional da Juventude e destaca o papel dos jovens em unir os sonhos globais às realidades locais.

Em mensagem sobre esta data, o secretário-geral da ONU, António Guterres, ressaltou como os jovens estão “exigindo um futuro mais justo, verde e igualitário”.

Soluções para adaptação

A ONU News entrevistou duas jovens brasileiras dedicadas a garantir mudanças significativas na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP 30, que ocorrerá em novembro na cidade de Belém, Pará.

Marcele Oliveira, representante oficial da juventude na Conferência, destacou o papel dos jovens das periferias na criação de soluções para eventos climáticos extremos.

“Como jovem negra periférica, para mim, o debate sobre a Conferência do Clima no Brasil também é sobre a importância de a justiça climática ser liderada pelas periferias do país e do mundo, onde os impactos das mudanças climáticas surgem mais cedo e mais graves. Conviver com enchentes, secas e ondas de calor já faz parte do nosso cotidiano”.

Com 26 anos e carioca, Marcele foi eleita campeã da juventude na presidência da COP30 por meio de um processo da Secretaria Nacional de Juventude. Ela acredita na cultura como ferramenta para conscientizar sobre a crise climática e no potencial das crianças e adolescentes para reinventar o mundo.

Conexão entre ancestralidade e ciência

A ativista indígena Rayane Xipaia, 23 anos, elogiou os diálogos com povos tradicionais promovidos por Marcele.

Natural do Médio Xingu, Pará, palco da COP30, Rayane considera que as negociações internacionais estão ampliando a participação dos povos indígenas, antes invisíveis.

“Este espaço serve para ouvir, dialogar e construir a partir da diversidade das nossas visões de mundo, que vêm da ancestralidade e também dialogam com o conhecimento científico. Acredito que nesta COP, a juventude indígena será fortalecida devido às ações para aumentar sua inclusão”.

Busca por educação

Rayane integra o Fórum Internacional dos Povos Indígenas sobre Mudanças Climáticas e observa que os jovens atuam como ponte entre o local e o internacional nas negociações.

Para os que afirmam que os indígenas perdem identidade ao ingressar na faculdade, a jovem responde que “um rio não deixa de ser rio ao se juntar a outro, ele se fortalece”.

“Hoje ocupamos escolas, universidades e pós-graduações, buscando especialização em vários temas para representar nossas histórias, antes invisibilizadas ou distorcidas. Mostramos que nossa capacidade técnica e científica, somada à ancestralidade, é completa.”

“Pé no chão e coração na floresta”

Para Marcele, a COP30 deve estabelecer uma nova forma de viver e apoiar países com relações diferentes com a natureza, que foram mais explorados.

“Queremos deixar um legado que transforme a COP num evento de implementação real, salvando vidas, promovendo justiça climática com pés no chão, coração na floresta, e consciência ligada aos rios. O mundo não precisa de mais carros, prédios ou concreto; precisamos nos reconectar com a natureza, fortalecer a educação climática e garantir recursos para as periferias se adaptarem às mudanças do clima.”

Três formas de engajamento jovem

  • O balanço ético autogerido, proposto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo secretário-geral António Guterres, liderado pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, aberto à participação popular.
  • Uma parceria com a UNESCO voltada para produtores de conteúdo que desejam combater a desinformação climática.
  • O Mutirão da Juventude, plataforma online onde jovens podem compartilhar ações, ideias e soluções para a crise climática especialmente nas periferias.

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