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sábado, 02/08/2025

Jovem relata sinais ignorados de câncer que a afetava profundamente

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A perda rápida de peso foi o primeiro sinal de câncer para a jovem influenciadora Rafaela Ribeiro, 24 anos. Ela perdeu 17 quilos em poucas semanas no começo de 2024, sem motivo aparente, e não achou preocupante. Porém, os sintomas começaram a aumentar rapidamente.

Em março de 2024, apareceu uma tosse seca persistente que não melhorava com remédios, parecendo uma pneumonia. Foi esse sintoma que a fez buscar ajuda. “Os médicos me ignoravam, achavam que eu queria atestado e diziam que eu estava exagerando”, lembra Rafaela.

Logo depois, vieram dores no estômago e nas costas, acompanhadas de ínguas no pescoço e axilas. Ela tinha dificuldade para engolir. “Com o tempo, surgiram tumores visíveis no pescoço e abaixo da axila, e eu não conseguia mais engolir”, recorda.

Após insistir muito, conseguiu fazer uma tomografia em maio, que revelou tumores no tronco e pescoço. “Procurei um médico particular com os exames, queríamos rapidez. Fizemos uma biópsia que confirmou um linfoma não Hodgkin de grandes células B, um câncer muito agressivo”, conta.

Sintomas do câncer que Rafaela ignorou

  • Perda de peso
  • Tosse seca persistente
  • Dor no estômago parecida com gastrite
  • Dor nas costas
  • Suor noturno
  • Coceira pelo corpo
  • Ínguas e linfonodos aumentados
  • Dificuldade para engolir
  • Cansaço e fadiga

Os sintomas desse tipo de linfoma aparecem rapidamente e incluem febre sem causa aparente e aumento dos gânglios no pescoço, axilas ou virilha, indicando a necessidade de avaliação médica rápida.

O que é linfoma não Hodgkin de grandes células B?

O linfoma ataca as células B, responsáveis pela produção de anticorpos que combatem bactérias e vírus. No câncer, essas células se multiplicam rapidamente e de forma defeituosa, espalhando-se e prejudicando o sistema imunológico.

É um tipo de câncer agressivo que precisa de tratamento imediato, raro em jovens como Rafaela.

O oncologista Jorge Abissamra Filho explica que, apesar da agressividade, o prognóstico melhorou muito com os avanços nos tratamentos, podendo alcançar até 80% de cura em casos diagnosticados precocemente.

O diagnóstico envolve tomografia, biópsia e PET-CT, mas não existe forma específica de prevenção ou rastreamento precoce para este câncer.

“A detecção precoce é fundamental para tratar o linfoma adequadamente,” afirma o hematologista Roberto Luiz da Silva.

O tratamento de Rafaela

Rafaela relata que descobriu o câncer em estágio avançado, pois os tumores a comprimiam por dentro, dificultando engolir e elevando o batimento cardíaco. Ela fez inicialmente seis sessões de quimioterapia, que aumentaram para 17 devido à resistência das células tumorais.

Durante uma internação em 2024, ela contraiu uma bactéria hospitalar resistente, a KPC, que evoluiu para uma infecção generalizada e a deixou em coma por nove dias. Os médicos chegaram a dar poucas chances de sobrevivência, mas ela resistiu.

Após recuperar a consciência, os tumores haviam diminuído, mesmo sem continuar a quimioterapia naquele período. Com os tratamentos seguintes, Rafaela entrou em remissão, sem sinais de tumor.

Agora, ela aguarda o tratamento com CAR-T, uma terapia celular personalizada que pode evitar transplante de medula e reduzir riscos, embora seja um procedimento caro e arriscado.

Impacto emocional e apoio familiar

O tratamento afetou também o psicológico de Rafaela. No momento do diagnóstico, ela lidava com múltiplas responsabilidades familiares e dificuldades financeiras. O marido, Michell, deixou o emprego para cuidar dela, apesar de ter sido demitido por faltar ao trabalho.

O apoio do marido foi fundamental para sua recuperação. O diagnóstico levou Rafaela a rever seus hábitos e a priorizar sua saúde, buscando alertar outras pessoas para os sinais silenciosos do câncer.

“Não podemos ignorar o que sentimos,” conclui.

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