Por falta de informação adequada, Paloma Shemirani faleceu aos 23 anos, somente sete meses depois de ser diagnosticada com linfoma não Hodgkin, um câncer que afeta o sangue. Apesar de ter grandes chances de cura, a jovem britânica recusou o tratamento com quimioterapia após ser influenciada por teorias conspiratórias defendidas por sua mãe.
Paloma é filha de Kate Shemirani, uma ex-enfermeira antivacinas que ganhou notoriedade durante a pandemia de Covid-19 por ser contra medidas como o lockdown e o uso de máscaras. Ao receber o diagnóstico, Paloma foi persuadida a dispensar a medicina tradicional.
“Minha irmã faleceu por causa das crenças da nossa mãe. Não desejo que outras famílias enfrentem uma dor semelhante”, disse Sebastian Shemirani em entrevista à BBC do Reino Unido.
Contexto Familiar e Influências
Paloma Shemirani recebeu o diagnóstico de câncer em 2023. Influenciada por sua mãe, rejeitou a quimioterapia e faleceu sete meses após a recusa. Seus irmãos revelam que cresceram imersos em teorias conspiratórias promovidas pelos pais.
Kate Shemirani tornou-se conhecida no período da pandemia por defender ideias antivacinas. Gabriel, irmão gêmeo de Paloma, também responsabiliza as redes sociais pela difusão de ideias perigosas. “Não pude salvar minha irmã, mas posso tentar evitar que outras pessoas sofram da mesma forma”, afirmou.
Os irmãos relataram que desde a infância foram expostos a negações e conteúdos conspiratórios, incluindo aqueles disseminados por figuras como Alex Jones, conhecido por negar eventos trágicos como o 11 de setembro.
Segundo Sebastian e Gabriel, os pais usavam essas crenças como forma de controle familiar, chegando a desligar o wi-fi da casa sob a justificativa de que era prejudicial.
Kate e o ex-marido negam as acusações e alegam que a filha foi submetida a intervenção médica sem consentimento.
Linfoma Não Hodgkin
O linfoma não Hodgkin é um câncer que tem origem nas células do sistema linfático — uma rede de vasos e gânglios que integra tanto o sistema circulatório quanto o sistema imunológico.
É um dos tipos mais comuns de câncer do sangue. O aumento inexplicável dos gânglios linfáticos, sem estar associado a infecções, deve ser investigado com atenção.
Sintomas principais incluem:
- Aumento dos linfonodos no pescoço, axilas ou virilha;
- Perda de peso sem causa conhecida;
- Febre persistente;
- Suores noturnos intensos;
- Anemia;
- Infecções frequentes;
- Facilidade para sangramento.
Tratamento
O tratamento varia conforme o tipo e a gravidade do linfoma. Geralmente, os casos agressivos são tratados com quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia. Em alguns casos, pode ser indicado o transplante de medula óssea.
A informação correta e o acesso à medicina tradicional são fundamentais para combater doenças como o linfoma não Hodgkin e possibilitar melhores desfechos aos pacientes.