Prevendo um ataque de Israel, o jornalista da Al Jazeera, Anas Al-Sharif, de 28 anos, escreveu uma carta em 6 de abril para ser divulgada postumamente, caso perdesse a vida em Gaza. Anas Al-Sharif faleceu durante um ataque israelense a uma tenda onde estavam jornalistas. Além dele, outros quatro profissionais da imprensa da mesma emissora também foram mortos no incidente.
Na carta, o jornalista declarou que dedicou todos os seus esforços para apoiar e amplificar a voz de seu povo. Ele expressou a esperança de viver tempo suficiente para voltar à sua cidade natal, Asqalan (Al-Majdal), atualmente sob controle israelense.
“Experimentei a dor em todos os seus níveis, vivi o sofrimento e as perdas, mas nunca deixei de revelar a verdade como ela realmente é, sem distorções ou falsas versões”, afirmou. Ele lamentou que nem mesmo as vítimas inocentes, incluindo crianças e mulheres mutiladas, tenham conseguido sensibilizar corações ou deter o massacre que seu povo enfrenta há mais de um ano e meio.
O exército israelense declarou que Anas Al-Sharif não era apenas um jornalista, mas atuava como líder de uma célula do grupo Hamas, classificado como organização terrorista por Israel. Segundo o comunicado, documentos foram apreendidos comprovando sua participação em atividades terroristas, contendo listas de membros, registros de treinamentos, contatos telefônicos e comprovantes salariais, indicando sua ligação tanto com o Hamas quanto com a rede Al Jazeera do Catar.