22.6 C
Brasília
sábado, 16/08/2025

Japão marca 80 anos da rendição na 2ª Guerra com pedidos de paz

Brasília
céu limpo
22.6 ° C
25.4 °
22.5 °
43 %
6.2kmh
0 %
sáb
28 °
dom
28 °
seg
30 °
ter
29 °
qua
30 °

Em Brasília

Dezenas de milhares de japoneses estiveram no Santuário Yasukuni, em Tóquio, nesta sexta-feira (15/8), para comemorar os 80 anos desde a rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial. Este santuário presta homenagem a 2,5 milhões de soldados, principalmente japoneses, mortos desde o final do século XIX.

As visitas de autoridades ao local geram controvérsia em países que sofreram com as ações militares do Japão, como China e Coreia do Sul.

Nas proximidades do santuário, o imperador Naruhito expressou “profundo e renovado sentimento de dor” durante um discurso solene junto à imperatriz Masako, realizado em um estádio central da cidade.

“Meus pensamentos estão com as inúmeras pessoas que perderam suas vidas na última guerra e com suas famílias que ainda sofrem,” declarou o imperador, de 65 anos. “Refletindo sobre nosso passado e reconhecendo esta profunda tristeza, espero sinceramente que os horrores da guerra jamais se repitam.”

O primeiro-ministro Shigeru Ishiba afirmou seu compromisso em “preservar as dolorosas memórias da guerra, transmitindo-as para as novas gerações e adotando ações para garantir uma paz duradoura.”

Ishiba, considerado um político moderado, enviou uma oferenda tradicional ao Santuário Yasukuni, conforme noticiado pela agência Kyodo News.

Desde 2013, quando o então premiê Shinzo Abe visitou o santuário e provocou reações negativas de Pequim, Seul e até dos Estados Unidos, nenhum primeiro-ministro japonês tinha realizado essa visita.

Memória da guerra permanece viva

Para Yoshiko, ouvida pela reportagem, as lembranças são muito dolorosas. Seu pai foi morto em abril de 1945 durante os bombardeios americanos em Tóquio que ceifaram 2.500 vidas na capital japonesa.

“Cada vez que lembro desses bombardeios e do fim da guerra, ou quando visito o local onde ele morreu, fico profundamente abalada. Mesmo passados 80 anos, sinto muita falta do meu pai,” contou Yoshiko.

O sentimento predominante entre os japoneses, após oito décadas, é a rejeição total à guerra. “Essa tragédia não deve se repetir nunca,” afirma uma moradora da capital.

“O único caminho para o futuro mundial é o pacifismo,” explica outra residente de Tóquio. “Infelizmente, as guerras aumentaram nos últimos 80 anos. A humanidade não aprendeu com o passado,” lamenta.

Para alguns, essa memória representa um luto nacional. “Muitos jovens foram mortos entre os numerosos soldados japoneses. Uma geração inteira desapareceu. É uma tragédia,” comenta um habitante local.

“Com o envelhecimento e a perda daqueles que viveram a guerra, os mais jovens precisam assumir a responsabilidade de passar adiante o sofrimento enfrentado e lutar pela paz,” conclui outro entrevistado.

Durante a Segunda Guerra Mundial, mais de 3 milhões de japoneses perderam a vida, incluindo 800 mil civis e 2,3 milhões de militares.

Veja Também