MARCOS HERMANSON
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
O Ministério das Relações Exteriores decidiu manter sigilo por cinco anos sobre duas mensagens diplomáticas enviadas pela embaixada brasileira nos Estados Unidos que envolvem o grupo de produção de carne JBS e os irmãos Joesley e Wesley Batista, proprietários da empresa.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo publicada em setembro, o empresário e dono da JBS, Joesley Batista, teve uma reunião com o então presidente Donald Trump para discutir tarifas comerciais.
Nesse encontro, ele destacou que os desafios comerciais entre Brasil e Estados Unidos poderiam ser solucionados por meio do diálogo entre os dois governos, sugerindo uma aproximação. Além das tarifas relacionadas à carne, Joesley abordou também a questão da celulose, cuja tributação foi reduzida posteriormente.
A reunião ocorreu antes do gesto de aproximação do presidente Trump ao presidente Lula na Assembleia-Geral da ONU, iniciativa que deu início às negociações formais entre as duas nações e que deve resultar em um encontro entre os líderes no próximo domingo (26), na Malásia.
O sigilo sobre as mensagens foi determinado pelo ministro de segunda classe Kassius da Silva Pontes, que está em Brasília.
O primeiro telegrama, datado de 14 de julho, traz uma análise sobre investimentos de empresas brasileiras nos Estados Unidos. O segundo, de 31 de julho, trata de um relatório sobre assuntos parlamentares: uma comissão temporária para diálogo sobre as relações econômicas entre Brasil e EUA.
O jornal O Globo divulgou a informação sobre a classificação de sigilo, posteriormente confirmada pela reportagem. O documento não especifica os motivos do sigilo, apenas informa que é uma “informação classificada”.