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terça-feira, 21/10/2025

Itália continua procurando Zambelli e nega dica recente sobre deputada

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O ministro do Interior da Itália, Matteo Piantedosi, afirmou nesta quarta-feira (16) que as autoridades italianas ainda não sabem onde está a deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP), que está foragida no país há mais de 40 dias. A oposição acusa o governo italiano de proteger a parlamentar brasileira.

Matteo Piantedosi explicou no plenário da Câmara que as investigações até agora não conseguiram localizar Carla Zambelli. A pasta que ele comanda é responsável pela segurança pública e pela organização das polícias do país.

A declaração foi dada em resposta a um questionamento feito pelo deputado Angelo Bonelli (Verde e de Esquerda), que pediu explicações oficiais sobre a dificuldade da polícia em encontrar Zambelli para cumprir a ordem de prisão emitida pela Interpol, solicitada pelo Brasil.

O ministro acrescentou que durante as buscas, pistas sobre a presença da deputada em certos lugares foram investigadas, mas nenhuma confirmou sua localização. As investigações continuam, agora com a colaboração das autoridades brasileiras.

Recentemente, um jornal publicou que Zambelli teria sido vista em Scafati, no sul da Itália, saindo de uma reunião religiosa evangélica. No entanto, o ministro negou essa informação, esclarecendo que uma nova verificação identificou que se tratava de outra pessoa.

Carla Zambelli fugiu do Brasil para evitar cumprir uma pena de dez anos imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após ser condenada por participar da invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A deputada entrou na Itália em 5 de junho pelo aeroporto de Fiumicino, em Roma. Ela chegou procedente dos Estados Unidos, usando seu passaporte italiano, pois tem dupla cidadania. Desde então, seu paradeiro é desconhecido, conforme informado pelas autoridades locais.

Angelo Bonelli sugeriu que Zambelli conta com proteção política dentro da Itália. Quando anunciou que iria para Europa, a deputada disse que faria contato com líderes da ultradireita e se declara vítima de perseguição pelo STF.

O deputado questionou o ministro dizendo: “Por que a polícia italiana não consegue encontrar essa pessoa, a não ser que ela tenha proteção política no país? Isso seria um fato muito grave”.

Além disso, Bonelli citou que um novo perfil no Instagram estaria sendo usado por Zambelli, junto com vídeos recentes, e mencionou declarações do advogado dela no Brasil, Fábio Pagnozzi, que indicam a possibilidade dela tentar concorrer nas eleições italianas de 2027.

No cenário político italiano, o ultradireitista Matteo Salvini, vice-premiê da Itália, é próximo à família Bolsonaro. Em outubro do ano anterior, o ex-presidente brasileiro participou por vídeo de um encontro da Liga, partido de Salvini, e o senador Flávio Bolsonaro visitou a Itália e foi recebido por ele.

Flávio Bolsonaro publicou nas redes sociais: “Visita de cortesia ao amigo Matteo Salvini! Por vídeo, Jair Bolsonaro lembrou que colaborou, como presidente do Brasil, para a extradição do terrorista Cesare Battisti de volta para a Itália”.

Há cerca de um mês, a subsecretária do Interior italiano, Wanda Ferro, explicou que a deputada desembarcou no país aproximadamente cinco horas antes de seu nome aparecer na lista da Interpol. Por isso, não foi detida na fronteira, pois não constava nenhum antecedente policial no momento do controle.

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