A organização responsável pela Marcha Global para Gaza revelou que pelo menos 200 pessoas foram detidas e deportadas pelo Egito ao tentar participar de um protesto contra a guerra e a favor da entrada de ajuda humanitária em Gaza, região que enfrenta bombardeios israelenses há quase dois anos.
Apesar do Egito exigir autorização prévia para a manifestação, os organizadores afirmam que, nos últimos dois meses, requisitaram permissão oficial em embaixadas egípcias em mais de 15 países.
A equipe responsável pela marcha seguiu rigorosamente os protocolos exigidos e apela às autoridades do Egito para que libertem todos os detidos e permitam a entrada dos manifestantes, em consonância com o desejo do Egito de acabar com o bloqueio a Gaza.
Adriana Haddad Gaspar, advogada brasileira, chegou ao Cairo em meio a uma atmosfera tensa devido às deportações e expressou dúvidas sobre a possibilidade de prosseguir na marcha até Gaza, lamentando a situação atual e ressaltando seu profundo desgosto pelos ataques aos civis na região.
Caravanas de veículos vieram de diversos países do Norte da África e de vários continentes, totalizando participantes de mais de 50 nações, com a expectativa de alcançar a fronteira com Gaza no dia 15 de junho após dias de caminhada.
Posição do Egito
O Ministério das Relações Exteriores do Egito declarou que apoia as críticas ao bloqueio em Gaza, mas reforçou a necessidade de autorizações prévias para visitas estrangeiras, ressaltando a importância dos controles para garantir a segurança devido à situação delicada na fronteira.
Os organizadores afirmam que o objetivo é marchar pacificamente pelo acesso à ajuda humanitária, respeitando a soberania egípcia.
Reação de Israel
Israel pediu ao Egito que impeça a passagem dos manifestantes até a fronteira com Gaza, qualificando-os como “jihadistas” e alertando que tais ações poderiam ameaçar a segurança dos soldados israelenses.
Dúvidas sobre o futuro da marcha
Bruno Lima Rocha, cientista político e professor, avaliou que a Península do Sinai, zona desmilitarizada e dominada por grupos armados, representa um desafio para a marcha. Há incertezas quanto à permissão do presidente egípcio, ao possível confronto com forças israelenses ou grupos extremistas, e ao apoio recebido pelas caravanas.
A possibilidade de a marcha alcançar seu alvo depende muito da postura do Egito, e há um risco elevado de problemas graves ao longo do trajeto.