Israel decidiu diminuir o nível de suas relações diplomáticas com o Brasil, após o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não aprovar a nomeação do novo embaixador israelense em Brasília. Essa decisão foi tomada nesta segunda-feira, 25 de agosto.
Tensão entre Brasil e Israel
Desde que Lula assumiu a presidência, a relação entre os dois países tem vivido momentos delicados. Israel acusa o governo brasileiro de adotar posturas favoráveis ao Hamas, enquanto Lula tem criticado as ações israelenses na Faixa de Gaza, onde mais de 50 mil pessoas já perderam a vida.
O ponto mais crítico da crise ocorreu em fevereiro de 2024, quando Lula comparou as ações de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial. Após a repercussão negativa do comentário, o presidente brasileiro foi declarado “persona non grata” em Israel. Como resposta, Lula retirou o embaixador do Brasil em Tel Aviv, diminuindo a influência diplomática entre as nações.
Em 2024, o Brasil também entrou com uma ação judicial na Corte Internacional de Justiça (CIJ) acusando Israel de genocídio.
Segundo comunicado do Ministério das Relações Exteriores de Israel, divulgado pelo jornal The Times of Israel, Tel Aviv optou por retirar a solicitação de aprovação do embaixador Gali Dagan, após meses de ignorância por parte do Brasil.
“Depois que o Brasil excepcionalmente não respondeu ao pedido de aprovação do embaixador Dagan, Israel decidiu retirar a solicitação. Agora, as relações entre os países são mantidas em um nível diplomático mais baixo”, informou o ministério israelense.
Desde 12 de agosto, a representação diplomática israelense está sem um diplomata, após a aposentadoria do embaixador Daniel Zonshine, que ocupava o cargo desde 2021.
Indicação do novo embaixador
Em janeiro, o governo de Israel indicou o ex-embaixador na Colômbia, Gali Dagan, para liderar a embaixada em Brasília. No entanto, o governo brasileiro não aprovou a indicação devido às tensões diplomáticas e críticas feitas por Lula sobre a violência contra palestinos na Faixa de Gaza.
Até o momento, o Itamaraty não se pronunciou sobre a decisão de Israel de rebaixar as relações diplomáticas.