Na última segunda-feira (23), Israel promoveu uma série de bombardeios direcionados ao Irã, incluindo ataques à base da Guarda Revolucionária e à penitenciária Evin, ambas localizadas em Teerã.
Após os recentes ataques dos Estados Unidos, que o Pentágono descreveu como devastadores ao programa nuclear iraniano, a Casa Branca solicitou que o governo iraniano retomasse as negociações nucleares para manter sua influência no país.
O Irã respondeu com uma forte advertência, ameaçando reagir aos bombardeios nas instalações nucleares de Fordo, Isfahan e Natanz, localizadas no centro do país. A dimensão dos prejuízos ainda está sendo avaliada, conforme declarou Rafael Grossi, diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
As autoridades judiciais do Irã confirmaram danos na penitenciária Evin, que abriga presos políticos, opositores e detentos estrangeiros. Novos ataques israelenses foram reportados na região de Fordo e próximos à cidade de Ahvaz, segundo agências locais.
A televisão estatal iraniana anunciou a prisão de um cidadão europeu suspeito de espionagem a favor de Israel.
Enquanto isso, em terras israelenses, sirenes alertaram sobre ataques com mísseis vindos do Irã, com destaque para a região de Tel Aviv. A rede elétrica do sul do país sofreu interrupções devido a danos causados por esses ataques, segundo a companhia pública responsável.
Desde meados de junho, Israel intensificou ações contra o programa nuclear iraniano, alegando impedir a fabricação de uma bomba atômica, resultando em centenas de ataques e dezenas de baixas em ambos os lados.
O conflito já provocou mais de 400 mortos e milhares de feridos no Irã, principalmente civis, enquanto os ataques iranianos causaram 24 mortes em território israelense.
Irã mantém que seu programa nuclear é de caráter civil, contrariando acusações de produzir armamento atômico. Israel, embora nunca tenha confirmado oficialmente, possui um arsenal nuclear estimado em 90 ogivas, segundo o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo.
Teerã incrementou suas ameaças aos Estados Unidos, com figuras como o chefe do Estado-Maior Abdolrahim Musavi prometendo ações firmes contra as iniciativas americanas, consideradas erros graves. Representantes das Forças Armadas iranianas indicam que a guerra pode se expandir e que retaliarão com ataques precisos e poderosos.
O assessor do líder supremo Ali Khamenei, Akbar Velayati, declarou que bases militares americanas na região podem ser alvos futuros.
Além dos lançamentos de mísseis e drones contra Israel, o Irã ameaça fechar o Estreito de Ormuz, rota estratégica para 20% do petróleo mundial. Os Estados Unidos acompanham com atenção a situação, alertando sobre as graves consequências de qualquer bloqueio nessa passagem.
Empresas petrolíferas estrangeiras reduziram suas operações no sul do Iraque em função da insegurança regional.
O presidente americano, Donald Trump, afirmou que os ataques causaram danos significativos às instalações nucleares iranianas, ainda que a avaliação completa dos impactos esteja em andamento. Especialistas levantam a possibilidade de o Irã ter realocado seu material nuclear antes dos ataques.
O país persa mantém reservas de urânio enriquecido, e a AIEA confirma que embora o enriquecimento esteja em torno de 60%, para armas atômicas seria necessário chegar a 90%. A agência da ONU não identificou um programa sistemático para armamento nuclear.
Trump sugeriu em suas redes sociais a possibilidade de uma mudança de regime no Irã, afirmando que se o governo atual não promove o crescimento do país, mudanças poderiam ser consideradas.