Desde o início da mais recente guerra em outubro de 2023, mais de 200 jornalistas perderam a vida em ataques realizados por Israel na Faixa de Gaza. O episódio mais recente aconteceu no domingo, 10 de agosto, quando cinco jornalistas da rede Al Jazeera foram mortos em um bombardeio.
Esses dados são fornecidos pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que classifica os ataques contra profissionais da imprensa como parte de uma “tática” para esconder as ações cometidas pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) em Gaza.
Antes do ataque ao grupo da Al Jazeera que estava cobrindo o conflito dentro de Gaza, outros cinco jornalistas da mesma emissora do Catar já haviam sido vítimas do exército israelense. Em maio do ano anterior, o Parlamento de Israel aprovou uma lei que proibiu a operação da emissora catari no país, fechando seus escritórios. Em meio ao bloqueio completo da Faixa de Gaza, a Al Jazeera permanece como uma das poucas organizações de mídia com equipes ativas reportando diretamente de dentro do território palestino.
Conflitos entre jornalistas da Al Jazeera e o exército israelense já haviam ocorrido antes da atual guerra. Um exemplo marcante foi a morte da repórter Shireen Abu Akleh, em 2022, ao ser atingida na cabeça por tropas israelenses durante a cobertura na Cisjordânia ocupada.
De acordo com o projeto Custos da Guerra, da Universidade de Brown, o número de jornalistas mortos em Gaza desde 7 de outubro de 2023 excede o total de profissionais fatalities nas guerras como a Guerra Civil dos Estados Unidos, as Primeira e Segunda Guerras Mundiais, a Guerra da Coreia, a Guerra do Vietnã, os conflitos na antiga Iugoslávia e a guerra no Afeganistão, somados.
Segundo o governo de Israel, Anas Al-Sharif, um dos cinco jornalistas mortos no último domingo, estaria ligado ao braço militar do Hamas. No entanto, nenhuma evidência concreta foi apresentada que comprove essa alegação contra o profissional de imprensa.