Cerca de 2 mil palestinos que estavam encarcerados em Israel foram soltos nesta segunda-feira (13/10). Essa ação faz parte do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza e ocorre após o grupo Hamas liberar 20 reféns israelenses capturados no ataque de 7 de outubro.
Vários ônibus transportaram os palestinos que estavam detidos em prisões de Israel – alguns há vários anos. Eles desembarcaram em Ramallah, na Cisjordânia, onde um posto de saúde foi montado para realizar exames médicos antes que retornem para suas famílias, conforme a rede Al Jazeera.
Tom Fletcher, chefe de ajuda humanitária da Organização das Nações Unidas, afirmou que Israel autorizou o envio de suprimentos emergenciais para os palestinos. A principal agência humanitária em Gaza pediu ao governo israelense que permita a assistência sem interrupções militares.
Contexto do acordo
O acordo de paz entre Israel e Hamas avançou, e Donald Trump está na região para acompanhar a assinatura dos termos.
Na madrugada desta segunda, o Hamas libertou 20 reféns mantidos desde o início do conflito com Israel. Essa liberdade é a primeira fase do cessar-fogo.
Além disso, os corpos de alguns dos 26 reféns israelenses confirmados mortos, e de outros dois desaparecidos, serão entregues. Um comitê buscará corpos perdidos entre os escombros causados por confrontos entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza.
Essa ação faz parte da quinta etapa do acordo em Gaza, na qual palestinos condenados à prisão perpétua poderão ser libertados em troca da soltura de reféns. A detenção dos palestinos foi parte de uma estratégia israelense para negociar com Hamas, ameaçando a execução dos prisioneiros caso novos ataques terroristas acontecessem.
“Após a libertação de todos os reféns, Israel soltará 250 prisioneiros perpétuos, além de 1,7 mil cidadãos de Gaza detidos desde 7 de outubro de 2023, incluindo todas as mulheres e crianças presas nesse contexto. Para cada refém israelense cujo corpo for recuperado, Israel entregará os restos mortais de 15 cidadãos falecidos de Gaza”, detalha a quinta etapa do acordo.
Consequências do conflito
O Ministério da Saúde de Gaza informou que, até esta segunda-feira, mais de 67.800 palestinos perderam a vida e cerca de 170 mil ficaram feridos em decorrência dos ataques israelenses contra Gaza.
Nas últimas 24 horas, 63 corpos foram recebidos em hospitais na Faixa de Gaza, sendo 60 retirados dos escombros, além de 39 feridos atendidos.
Com o cessar-fogo, espera-se o aumento da ajuda humanitária em Gaza, onde a população vive em condições extremamente difíceis, enfrentando bombardeios constantes e escassez de alimentos e suprimentos básicos.