O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu comunicou nesta segunda-feira (20/10) que as forças armadas de Israel realizaram o lançamento de 153 toneladas de bombas na Faixa de Gaza no domingo (19/10). Conforme o líder, essa ação foi uma retaliação à morte de dois soldados israelenses durante uma operação atribuída ao Hamas, que teria infringido o cessar-fogo vigente desde 10 de outubro.
“Ontem, lançamos 153 toneladas de bombas em várias áreas da Faixa de Gaza após o assassinato de dois de nossos soldados pelo Hamas”, declarou Netanyahu na sessão inaugural do Parlamento israelense (Knesset).
De acordo com as Forças de Defesa de Israel (FDI), os militares foram mortos na cidade de Rafah, no sul do enclave palestino, em ataque com míssil antitanque. Em represália, o Exército israelense efetuou uma série de bombardeios sobre Gaza, antes de restabelecer a trégua na noite de domingo.
O Hamas negou qualquer participação no ataque e reiterou seu “compromisso total” com o cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos e nações árabes. O movimento acusou Israel de quebrar o acordo ao reagir de forma “desproporcional”.
Devolução de reféns
Nesta segunda-feira (20/10), as FDI confirmaram que o Hamas entregou o corpo de mais um refém que estava em cativeiro desde os ataques de 7 de outubro de 2023. O corpo foi recebido pela Cruz Vermelha e encaminhado às autoridades israelenses.
Até agora, 13 dos 28 reféns mortos foram repatriados. O acordo vigente prevê inicialmente a liberação de todos os sequestrados, vivos ou mortos, e a soltura de prisioneiros palestinos, antes de avançar para outras etapas do pacto.
Trégua sob risco
Na manhã desta segunda, as forças israelenses abriram fogo novamente contra alvos em Gaza após denúncias de que “indivíduos suspeitos” invadiram uma área de segurança na região de Shejaiya, nos arredores da Cidade de Gaza, para onde os militares haviam recuado desde o começo da trégua.
O Exército afirmou que a ação respeitou o cessar-fogo atual e que continuará eliminando ameaças imediatas.
O episódio coincidiu com a chegada do enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, e de Jared Kushner, genro e conselheiro do presidente Donald Trump, a Israel, em busca de garantias para manter o acordo de trégua.
Consequências dos bombardeios
Autoridades locais relataram que o ataque de domingo resultou em pelo menos 44 mortos, enquanto os bombardeios de segunda-feira causaram mais 18 vítimas, incluindo uma mulher. Analistas internacionais consideram o evento como o principal teste para a trégua firmada entre Israel e o Hamas.
O governo israelense defende as ações como uma resposta “legítima e proporcional” à morte dos soldados. O Hamas, por sua vez, acusou Tel Aviv de “sabotar esforços internacionais” para manter a paz e facilitar a entrada de assistência humanitária na região.