Israel realizou uma série de ataques contra locais considerados estratégicos pelo regime teocrático do Irã nesta segunda-feira, 23. Entre os alvos estavam um centro de comando da Guarda Revolucionária, uma prisão que abriga milhares de detentos políticos e a usina nuclear de Fordow.
As operações militares israelenses ocorreram logo após Teerã lançar múltiplos mísseis contra Israel no domingo, 22, e na segunda-feira.
De acordo com o ministro da Defesa, Israel Katz, as tropas do país realizaram “ataques de intensidade nunca vista antes contra objetivos do regime”, incluindo a prisão de Evin, o quartel-general da segurança interna da Guarda Revolucionária, e a sede dos Basij, grupo paramilitar voluntário.
Os bombardeios causaram danos significativos às linhas de energia que abastecem o norte da capital iraniana, Teerã, segundo a agência estatal Mehr. A companhia elétrica nacional, Tavanir, informou interrupções elétricas em partes dos distritos 2 e 3 da cidade, que abrigam mais de um milhão de moradores.
Escalada do conflito
O confronto entre Israel e Irã, que começou em 13 de junho com um ataque israelense inédito a seu principal rival regional, chegou ao seu décimo primeiro dia. No domingo, os Estados Unidos entraram no conflito ao bombardear instalações nucleares em Isfahan, Natanz e a planta subterrânea de Fordow.
Em resposta, Teerã ameaçou atacar bases americanas na região do Oriente Médio e bloquear o Estreito de Ormuz, passagem marítima crucial para o transporte de cerca de 20% do petróleo mundial. Fontes militares e de inteligência dos EUA detectaram movimentações de milícias apoiadas pelo Irã que possivelmente planejam ataques contra bases americanas no Iraque e Síria.
Um conselheiro do aiatolá Ali Khamenei, líder máximo do Irã, declarou que os Estados Unidos não possuem mais espaço no Oriente Médio e enfrentaram consequências graves. Reportado pela agência oficial IRNA, o assessor ressaltou que as bases usadas por tropas americanas nos países do Golfo serão consideradas alvos legítimos.
Programa nuclear do Irã
O Pentágono afirmou ter destruído significativamente o programa nuclear do Irã, mas o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, alertou que ainda não é possível mensurar a extensão dos danos. Ele solicitou acesso às instalações nucleares iranianas para verificar o estoque de urânio enriquecido, cujo limite para uma arma atômica é 90%.
O presidente americano Donald Trump anunciou em redes sociais que “danos monumentais atingiram todas as instalações nucleares do Irã, conforme imagens de satélite. ‘Destruição total’ é a expressão correta!”.
No entanto, tanto Israel quanto os EUA continuam avaliando os prejuízos, e especialistas levantam a hipótese de que o material nuclear foi movido para outro local antes dos ataques.
Ali Shamkhani, outro assessor do líder supremo iraniano, declarou na rede X que o Irã ainda possui reservas de urânio enriquecido.
A AIEA informa que o Irã enriquece urânio a 60%, sendo necessário atingir 90% para fabricar uma arma nuclear, e que até o momento não identificou um programa sistemático para a produção de armamentos nucleares. (Com informações das agências internacionais)