O Exército de Israel comunicou nesta sexta-feira (19/9) que usará uma força nunca antes vista na Cidade de Gaza, o maior centro urbano da Faixa de Gaza, e emitiu novas orientações para que os palestinos se desloquem para o sul da área. Esta ação ocorre poucos dias após o começo de uma ofensiva terrestre contra o Hamas, grupo palestino considerado terrorista pelo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
O ministro da Defesa, Israel Katz, declarou que “Gaza está em chamas” e garantiu a destruição das forças do Hamas.
“A partir deste instante, a estrada Salah al-Din está bloqueada para o trânsito no sentido sul. As Forças de Defesa de Israel seguirão agindo com uma força sem igual contra o Hamas e outras organizações terroristas”, informou o porta-voz militar Avichay Adraee.
De acordo com ele, a estrada Salah al-Din, que servia como rota temporária de evacuação, está agora fechada, restando apenas uma saída para o sul. Ele reiterou que as forças israelenses manterão a intensificação da operação.
Nos últimos dias, fotógrafos capturaram longas filas de palestinos tentando deixar a cidade, tanto a pé quanto de carro, enquanto as rotas de escape estavam congestionadas. A evacuação aumentou na terça-feira, após a declaração da ofensiva terrestre.
Cerco em Gaza
Antes da entrada dos militares, Israel manteve o bloqueio de aproximadamente um mês à Cidade de Gaza, com ataques constantes e destruição de vários edifícios altos. O governo israelense acusa o Hamas de usar esses prédios como bases operacionais e centros de inteligência militar. Além disso, ataques atingiram a infraestrutura de comunicação da região, causando apagões de informação.
Fontes militares de Israel informaram que o efetivo na área será ampliado nos próximos dias e que as operações contra o Hamas continuarão enquanto necessário.
A ofensiva tem recebido críticas internacionais. O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, afirmou: “Este massacre precisa cessar imediatamente. Solicito a Israel que pare a destruição indiscriminada de Gaza”.
Um comitê da agência de direitos humanos da ONU também indicou que os ataques podem ser classificados como genocídio, acusação negada pelo governo israelense.
Sanções a Israel
Recentemente, Israel enfrentou ameaças de um importante parceiro econômico: a União Europeia. Na quarta-feira (17/9), a Comissão Europeia sugeriu a suspensão parcial do Acordo de Associação UE-Israel, que regula as relações comerciais entre as partes desde 2000.
Essa medida busca retirar de Israel o acesso preferencial ao mercado europeu e está acompanhada de novas penalidades direcionadas a membros do Hamas, ministros israelenses vistos como extremistas e colonos violentos na Cisjordânia.
O governo de Israel respondeu informando que Tel Aviv dará uma reação adequada se as restrições forem aplicadas.