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sexta-feira, 27/06/2025




Israel fecha rota vital de ajuda a Gaza

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São Paulo, 26 – O governo de Israel impediu o acesso à principal rota de assistência humanitária destinada à Faixa de Gaza nesta quinta-feira, 26, em meio à continuação dos ataques e bombardeios. Conforme declarou o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, a passagem no norte de Gaza foi bloqueada após alegações de que integrantes do Hamas estariam desviando os suprimentos destinados à população. No entanto, Netanyahu não apresentou evidências que comprovem essa acusação.

O pronunciamento do premiê veio após a divulgação de vídeos que mostram homens encapuzados próximos a caminhões de ajuda. Líderes comunitários da Palestina negaram que esses homens pertençam ao Hamas, afirmando que estavam protegendo os veículos. Com a crescente crise humanitária em Gaza, destacada pela ONU há um mês, os furtos de alimentos tornaram-se mais comuns.

“Os clãs organizaram-se para evitar que agressores e ladrões roubem os alimentos destinados ao nosso povo e os vendam a preços inflacionados”, explicou o líder comunitário Abu Salman Al-Moghani à agência Reuters.

Al-Moghani também refutou qualquer ligação com o Hamas, que perdeu controle parcial do território palestino desde o início do conflito atual, após o ataque de 7 de outubro. O grupo igualmente negou envolvimento nos eventos registrados.

Segundo as autoridades israelenses, a passagem permanecerá fechada por dois dias. Essa medida ocorre enquanto Israel mantém restrições à entrega de ajuda coordenada pela ONU, vigentes há cerca de um mês. Como alternativa, um sistema de distribuição de alimentos conduzido por uma organização privada americana foi implementado.

No sul de Gaza, onde tal organização realiza a distribuição, incidentes fatais envolvendo forças israelenses têm ocorrido frequentemente. Dados do governo local indicam que pelo menos 549 civis palestinos perderam a vida ao tentar acessar alimentos. A entidade responsável, denominada Fundação Humanitária de Gaza (GHF), começou suas operações há aproximadamente um mês.

As autoridades locais classificam os centros operacionais da GHF como “armadilhas mortais”. O exército israelense admitiu ter aberto fogo em múltiplas ocasiões, justificando-se pela suposta aproximação ameaçadora de civis.

Paralelamente, autoridades europeias reunidas em Bruxelas expressaram preocupação com a grave crise humanitária na Faixa de Gaza, o número elevado e inaceitável de vítimas civis e os níveis alarmantes de fome. Um relatório da União Europeia, publicado no dia 20, apontou possíveis violações por parte de Israel às obrigações de direitos humanos dos acordos de cooperação com o bloco, que fundamentam os vínculos comerciais.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, qualificou a situação em Gaza como genocídio, tornando-se um dos principais líderes europeus a utilizar esse termo, também adotado por organizações como a ONU e a Anistia Internacional em relação às ações israelenses. A África do Sul apresentou denúncias contra Israel por genocídio no Tribunal Penal Internacional (TPI), enquanto outros 14 países solicitaram participação no caso.

As discussões sobre um possível cessar-fogo intensificaram-se nos últimos dias, segundo o oficial do Hamas Taher al-Nunu. O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou a jornalistas que há “grande progresso em Gaza” rumo a um cessar-fogo, embora não haja confirmação de um acordo iminente.




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