O Ministério da Saúde de Gaza comunicou nesta segunda-feira (3/11) o recebimento de 45 corpos de palestinos retornados por Israel, em conformidade com o acordo de cessar-fogo intermediado pelos Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia. A transferência foi realizada com o apoio do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e eleva a 270 o número total de corpos repatriados desde o início da trégua.
Até o momento, 78 corpos foram identificados, apesar das dificuldades enfrentadas pelas equipes médicas devido à escassez de kits para análise de DNA dentro do enclave. Zaher al-Wahidi, porta-voz do Hospital Nasser em Deir al-Balah, que recebeu os corpos esta manhã, afirmou: “Estamos publicando fotos na internet para que as famílias possam reconhecer seus entes queridos”.
A devolução ocorreu logo após militantes palestinos entregarem a Israel os restos mortais de três reféns mortos no ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023. Entre os reféns estão o capitão Omer Neutra, que possui dupla nacionalidade americana e israelense, o sargento Oz Daniel, de 19 anos, e o coronel Assaf Hamami, comandante da brigada sul israelense.
O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu confirmou a identificação dos corpos, informando que foram encontrados em um túnel no sul da Faixa de Gaza, ao passo que o Hamas declarou que os restos mortais foram localizados em meio aos escombros de uma área bombardeada.
Desde que o cessar-fogo entrou em vigor, em 10 de outubro, o acordo estipula a troca proporcional de corpos — para cada refém israelense entregue, Israel devolve 15 corpos de palestinos. Até o momento, 20 reféns foram retornados a Israel, enquanto o Hamas afirma manter oito sob custódia.
Apesar da trégua, a violência não cessou completamente. Em 28 de outubro, Netanyahu ordenou novos ataques na região de Rafah após forças israelenses terem sido atacadas — uma acusação negada pelo Hamas. O Ministério da Saúde de Gaza relatou que nas últimas 24 horas dez pessoas perderam a vida e outras 600 ficaram feridas em bombardeios recentes.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que atuou como mediador do acordo, disse ter conversado com membros das famílias das vítimas israelenses. Ele relatou que as famílias demonstraram emoção, mas reconheceu que a situação permanece extremamente difícil para todos os envolvidos.
