Israel e Líbano deram início a negociações diretas, as primeiras desde os anos 1980, com o objetivo de estabelecer um diálogo entre as duas nações durante o atual cessar-fogo. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (3/11) pelo gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
O encontro aconteceu na sede da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil), na região de Naqoura, no Líbano. A delegação libanesa foi liderada pelo ex-embaixador do país nos Estados Unidos, Simon Karam, enquanto o lado israelense foi representado pelo vice-chefe da divisão de política externa do Conselho de Segurança Nacional, Uri Resnick.
Além disso, o enviado especial dos EUA para o Líbano, Morgan Ortagus, também esteve presente na reunião.
Segundo o governo israelense, a reunião teve um caráter positivo. As discussões abordaram o estabelecimento de conexões entre Tel Aviv e Beirute, que não mantêm relações oficiais desde a guerra Árabe-Israelense de 1948, a cooperação econômica e o desarmamento do Hezbollah.
“O encontro ocorreu em um ambiente construtivo; foi acordado que serão elaboradas ideias para fomentar uma possível colaboração econômica entre Israel e Líbano”, afirmou um trecho do comunicado divulgado pelo gabinete de Netanyahu. “Israel deixou claro que o desarmamento do Hezbollah é essencial, independentemente do progresso na cooperação econômica”.
O Líbano foi profundamente impactado pelo último conflito entre Israel e o Hezbollah, ocorrido no ano passado. Por essa razão, o governo libanês tem atendido aos pedidos dos EUA, que atuou como mediador no cessar-fogo recente que encerrou um conflito de 14 meses.
Um ponto crítico para a consolidação da paz completa no país é o desarmamento do Hezbollah. Embora faça parte do plano norte-americano, essa medida é rejeitada pelo grupo xiita, que justifica a necessidade de manter suas armas para proteger o território e a população libanesa contra agressões israelenses.

