Forças de Defesa afirmaram que estavam atacando alvos do Hezbollah em áreas próximas à fronteira com Israel; incursão iniciou após ser aprovada por líderes políticos israelenses
O exército israelense disse nesta terça-feira, 1º (noite de segunda-feira, 30, no horário de Brasília) que iniciou uma operação “limitada e localizada” contra alvos do Hezbollah no sul do Líbano, abrindo uma nova frente em sua guerra contra a milícia xiita radical.
Em um breve comunicado das Forças de Defesa de Israel (FDI) divulgado pouco antes das 02h00 (20h no Brasil), foi informado que os militares israelenses estavam atacando alvos do Hezbollah em áreas próximas à fronteira israelense e que a incursão havia começado “algumas horas atrás” para atingir locais que “representam uma ameaça imediata às comunidades israelenses no norte de Israel”.
Unidades da força aérea e de artilharia estavam realizando ataques em paralelo para apoiar as forças terrestres, disse Israel. “Esses alvos estão localizados em vilarejos próximos à fronteira e representam uma ameaça imediata às comunidades israelenses no norte de Israel”, afirma o comunicado.
Já o Exército libanês reposicionou suas tropas no sul do país, na fronteira com Israel, disse um oficial militar à agência AFP.
O Hezbollah afirmou no início da madrugada que “atacou” soldados israelenses que estavam “em movimento” perto da fronteira libanesa. Sirenes de foguetes foram tocadas em várias comunidades da fronteira norte de Israel, incluindo onde o exército israelense anunciou uma “zona militar fechada”.
O Exército israelense anunciou que estabeleceu uma “zona militar fechada” em torno dos municípios de Metula, Misgav Am e Kfar Giladi e proibiu a entrada na região. Também ordenou a retirada dos moradores de três bairros do subúrbio sul de Beirute.
Pouco depois que o exército israelense anunciou que tropas terrestres haviam entrado no sul do Líbano, um comunicado disse que aproximadamente 10 projéteis cruzaram para Israel a partir do Líbano. Israel afirmou que alguns dos projéteis foram interceptados e outros caíram em áreas abertas.
A incursão ocorreu logo após ser aprovada por líderes políticos israelenses e marcou uma nova fase na guerra de Israel contra o Hezbollah. Mais cedo nesta segunda-feira, o porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, afirmou que Israel informou os EUA sobre incursões, que ele disse terem sido descritas como “operações limitadas focadas na infraestrutura do Hezbollah perto da fronteira”.
As Forças Armadas “operam de acordo com um plano metódico estabelecido pelo Estado-Maior e pelo Comando Norte, para o qual os soldados da Defesa Civil treinaram e prepararam-se nos últimos meses”, acrescentou o exército israelense no comunicado divulgado após o início da incursão.
As tropas israelenses e os militantes do Hezbollah se enfrentaram pela última vez em solo libanês durante uma guerra de um mês em 2006. Israel e o Hezbollah têm trocado tiros quase todos os dias desde que a guerra em Gaza começou, deslocando dezenas de milhares de pessoas em Israel e no Líbano. Israel afirma que continuará atacando o Hezbollah até que seja seguro para as famílias retornarem a suas casas perto da fronteira com o Líbano.
O Hezbollah, por sua vez, prometeu continuar lançando foguetes contra Israel até que haja um cessar-fogo em Gaza. Nesta segunda-feira, a milícia xiita prometeu continuar lutando, mesmo após seu líder Hassan Nasrallah e outros altos funcionários terem sido recentemente eliminados por ataques israelenses./AP, AFP e NYT.