O exército de Israel informou, neste sábado (4/10), que mantém a ofensiva na Cidade de Gaza, ignorando os pedidos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por um cessar-fogo imediato na região.
Essa ação contraria também a declaração do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que anunciou no dia anterior o início da primeira etapa do plano de paz sugerido por Washington.
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), coronel Avichay Adraee, afirmou que as tropas continuam operando na área e alertou a população para os riscos de voltar à cidade.
“Para sua segurança, evite retornar para o norte ou se aproximar das áreas onde as tropas das IDF atuam, inclusive no sul da Faixa de Gaza”, disse.
De acordo com o porta-voz, a prioridade do governo é assegurar a proteção dos soldados israelenses. “Todas as forças das IDF serão direcionadas ao Comando Sul para garantir a segurança das tropas”, ressaltou.
O comando militar de Israel comunicou também que uma reunião especial foi convocada neste sábado para avaliar a implementação do plano de paz dos EUA, que inclui a libertação dos reféns retidos pelo Hamas desde o ataque em 7 de outubro de 2023.
Na sexta-feira (3/10), o Hamas anunciou estar disposto a começar negociações imediatamente e aceitou dois dos vinte termos da proposta. O plano dos Estados Unidos determina que o grupo não participe de futuros governos na Faixa de Gaza, porém seus membros podem receber anistia, contanto que entreguem suas armas e concordem em conviver pacificamente com Israel.
Mesmo com esses sinais diplomáticos, a ação militar permanece vigorosa. Hospitais locais relataram que pelo menos 20 pessoas morreram durante bombardeios nas últimas 12 horas.
No Hospital Batista Al-Ahli, na Cidade de Gaza, foram contabilizados 11 cadáveres entre 0h e 12h45, horário local. Óbitos também foram confirmados nos hospitais Al-Shifa, Al-Awda e Nasser.
O governo de Netanyahu reforçou que colaborará com os Estados Unidos para finalizar o conflito, mas seguindo os “princípios estabelecidos por Israel”, que considera estar alinhados com a visão de Trump.
De sexta-feira em diante, o Ministério das Relações Exteriores do Catar iniciou atividades de mediação junto ao Egito e aos Estados Unidos para dar sequência a negociações que buscam restaurar a paz na Faixa de Gaza.
