Aviões realizaram ataques na Faixa de Gaza neste domingo (19/10), enquanto Israel acusa o Hamas de desrespeitar o cessar-fogo e atacar soldados israelenses.
O Exército de Israel confirmou que bombardearam militantes em Gaza na região de Rafah (sul de Gaza, sob controle militar israelense) neste domingo, em resposta ao “lançamento de um míssil antitanque e tiros contra tropas” no local.
“Em resposta, o Exército iniciou bombardeios para eliminar a ameaça e destruir túneis e estruturas militares usadas para ações terroristas”, diz o comunicado militar.
Duas testemunhas palestinas informaram à agência AFP que os confrontos começaram em uma parte da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, seguidos por dois ataques aéreos.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, determinou ações firmes contra alvos terroristas em Gaza, nove dias após o cessar-fogo entrar em vigor, sem dizer se isso significa o fim da trégua.
“Após a violação do cessar-fogo pelo Hamas, o primeiro-ministro Netanyahu consultou o ministro da Defesa e os líderes de segurança e ordenou ações rigorosas contra alvos terroristas na Faixa de Gaza”, informou seu gabinete.
O grupo Hamas declarou que não teve conhecimento de nenhum incidente ou confronto em Rafah envolvendo forças israelenses.
“Reafirmamos nosso total compromisso com o cessar-fogo em todas as áreas da Faixa de Gaza”, disseram as Brigadas Ezzedine Al-Qassam, braço armado do Hamas, em nota oficial.
“Não estamos cientes de qualquer incidente em Rafah, área sob controle da ocupação, onde o contato com nossos grupos foi interrompido desde o início dos conflitos em março deste ano.”
Segundo uma fonte do Hamas, o grupo lançou uma operação em Rafah para eliminar Yasser Abu Shabab, líder da milícia rival chamada “Forças Populares”.
Soldados israelenses intervieram para apoiar Shabab, entrando em combate cruzado que causou a explosão de uma escavadeira israelense.
No sábado (18/10), o governo dos EUA alertou ter informações confiáveis indicando que o Hamas planejava quebrar o cessar-fogo em um ataque contra civis palestinos.
Na manhã de domingo, o Hamas negou a acusção e acusou Israel de armar e financiar outras milícias que estariam cometendo crimes contra civis.
Considerado organização terrorista por Israel e outros países, o Hamas afirmou que a polícia local, com amplo apoio da população, está combatendo essas gangues usando meios legais para proteger os cidadãos e propriedades.
Colonos israelenses e líderes de partidos religiosos do governo pediram a retomada da ofensiva militar contra Gaza, após os confrontos em Rafah.
“Solicito ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que ordene às Forças de Defesa de Israel que reiniciem completamente os combates em Gaza com força total”, afirmou no X o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Givr, conhecido por incitar ódio contra palestinos e apoiar atos ilegais.
“As falsas esperanças de que o Hamas cumprirá o acordo estão se mostrando perigosas para nossa segurança, como esperado”, complementou.