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terça-feira, 19/08/2025

Irmãs vivem há um ano em abrigo após mãe morrer em acidente em Lisboa

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As filhas da brasileira Iara Barbosa dos Santos, de 42 anos, vivem há quase um ano em um lar temporário em Lisboa, Portugal, depois que a mãe faleceu em um acidente de trânsito.

Iara havia se mudado com suas duas filhas, de 15 e 10 anos, para Portugal em maio de 2023, em busca de uma vida melhor. Natural da Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, ela residia na Europa, onde trabalhava como motorista.

Em outubro de 2024, Iara sofreu um acidente fatal na Ponte Salgueiro Maia, em Santarém, um bairro de Lisboa. Ela estava de moto quando colidiu com uma van, que a lançou longe, e acabou sendo atropelada por outro veículo, falecendo no local.

Após a tragédia, as filhas ficaram sozinhas no país e estão sob os cuidados das autoridades portuguesas. Inicialmente, as meninas foram acolhidas por um casal de amigos da igreja frequentada por Iara. Posteriormente, foram levadas para um abrigo, onde permaneceram até hoje, por quase um ano desde o falecimento da mãe.

Aos finais de semana, as irmãs têm permissão para visitar o casal que as acolheu e um primo materno que também reside em Portugal.

Contato limitado com os pais no Brasil

As meninas mantinham comunicação com seus pais no Brasil por meio de videochamadas e mensagens, mas essa interação diminuiu com o tempo. O pai da filha mais nova, Marcos Aurélio da Silva, tem travado uma batalha judicial em Portugal para tentar trazer as meninas de volta ao Brasil.

Marcos relata que as filhas deixaram de querer contato com ele e com o pai da irmã mais velha, e estranhamente passaram a negar o convívio anterior com eles, além de afirmarem que não desejam retornar ao Brasil.

Ele também informa que o lar temporário onde as meninas estão dificulta o contato, exigindo pedidos formais por e-mail para agendamento das conversas, que muitas vezes não são respondidos.

Decisão judicial e processo legal

A psicóloga que acompanha as meninas manifestou no processo que não recomendava a volta das irmãs ao Brasil. Marcos só teve acesso às informações do processo depois de contratar uma advogada em Portugal, tendo que comprovar que dispõe de condições para acolhê-las no Brasil.

Recentemente, o Tribunal Judicial da Comarca de Santarém proibiu Marcos de manter contato com sua filha, acatando um parecer técnico da psicóloga que apontou que as ligações telefônicas não favorecem o bem-estar da criança, devido à inexistente relação anterior e ao desconforto emocional manifestado pela menina.

Marcos Aurélio nega as alegações de falta de contato prévio e ressalta a dificuldade crescente para se comunicar com a filha, pedindo apoio das autoridades para restabelecer o vínculo.

Preocupações e apoio familiar

O pai das meninas não deseja que elas retornem ao Brasil apenas pela relação paternal, mas principalmente por preocuparse com a segurança e o bem-estar delas, que não contam com outros familiares no país além de um primo em Portugal. Contudo, ele não consegue deixar seu trabalho no Brasil para acompanhá-las pessoalmente.

A reportagem tentou contato com o Ministério das Relações Exteriores, a Embaixada do Brasil em Lisboa e o Consulado-Geral do Brasil em Lisboa, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.

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