25.5 C
Brasília
segunda-feira, 15/12/2025

Irã suspende cooperação com Agência Atômica

Brasília
nuvens quebradas
25.5 ° C
26.7 °
25.5 °
69 %
3.1kmh
75 %
seg
26 °
ter
23 °
qua
21 °
qui
20 °
sex
23 °

Em Brasília

O Parlamento do Irã aprovou um projeto de lei que interrompe a colaboração do país com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) até que sejam asseguradas garantias de segurança. O governo iraniano acusa a agência da ONU de estar agindo em conluio com Israel e os Estados Unidos.

Mohammad Bagher Ghalibaf, presidente da Assembleia, anunciou que qualquer tipo de cooperação, envio de relatórios, entrada de inspetores ou gestores da agência será proibido até que a segurança das instalações nucleares e dos cientistas seja garantida.

Ebrahim Rezai, porta-voz do Comitê de Segurança Nacional e Política Exterior do Parlamento iraniano, mencionou que a retomada da cooperação depende do respeito completo à soberania nacional e integridade territorial do Irã, conforme informou o canal estatal Hispan TV.

Além disso, ressaltou que o Irã deve ter garantidos seus direitos conforme o Artigo IV do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), principalmente no que diz respeito ao enriquecimento de urânio, e pediu que o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, seja responsabilizado judicialmente.

Esta votação aconteceu logo após o cessar das hostilidades entre Israel, EUA e Irã, refletindo a tensão na região do Oriente Médio. Teerã acusa a AIEA de atuar de forma politicamente parcial, influenciada por potências ocidentais que apoiam Israel na guerra contra o Irã.

Israel e EUA alegam que o Irã está perto de desenvolver armas nucleares, uma afirmação que o Irã sempre negou, afirmando que seu programa nuclear é pacífico e que o país respeita o TNP, permitindo inspeções da AIEA.

Ronaldo Carmona, professor de Geopolítica da Escola Superior de Guerra, considera que a pressão para uma mudança de regime no Irã pode levar o país a buscar armas nucleares para sua defesa.

Segundo ele, a ameaça existencial incentiva o Irã a transformar seu programa nuclear pacífico em uma arma de dissuasão, especialmente contra Israel.

O especialista comenta ainda que o compromisso original do TNP, que visava o desarmamento progressivo das potências, não foi cumprido, o que desestimula a permanência no tratado e estimula países ameaçados a buscar armamentos nucleares.

Contexto do conflito

Israel acusa o Irã de quase desenvolver uma arma nuclear e iniciou um ataque surpresa contra o país em 13 de junho, ampliando o conflito no Oriente Médio.

Em 21 de junho, os Estados Unidos atacaram três instalações nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Esfahan. O Irã defende que seu programa é pacífico e que estava negociando com os EUA para assegurar o cumprimento do TNP.

A AIEA declarou que o Irã não cumpria todas as obrigações, apesar de não ter evidências conclusivas de que está produzindo armas nucleares. Em março, a inteligência dos EUA afirmou que o Irã não estava fabricando armas nucleares, dado que agora é questionado pelo presidente Donald Trump.

Apesar da oposição de Israel, existem indicações históricas de que este país possui um programa nuclear secreto desde os anos 1950, com pelo menos 90 ogivas atômicas desenvolvidas.

Informações obtidas da Agência Brasil.

Veja Também