O Irã divulgou, nesta segunda-feira (26/6), imagens do disparo de mísseis contra uma base dos Estados Unidos no Catar. De acordo com autoridades iranianas, o alvo principal foi a base aérea de Al Udeid, no Catar, em retaliação aos recentes ataques americanos contra instalações nucleares do Irã no último fim de semana.
Em comunicado oficial, o Irã afirmou que a ação foi uma resposta “proporcional e decisiva”, conforme prometido anteriormente. O governo iraniano destacou que selecionou os alvos para evitar áreas civis, com o intuito de demonstrar uma disposição para limitar a escalada militar. “A era dos ataques-relâmpago acabou”, declarou um porta-voz das Forças Armadas do Irã em pronunciamento televisivo.
Contexto das ações
Com a Guarda Revolucionária do Irã (IRGC) como alvo, Israel intensificou seus ataques aéreos ao país nesta segunda-feira (23/6), atingindo com alta intensidade a capital, Teerã. Segundo o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, os alvos incluíram o quartel-general de Basij, a Prisão de Evin, conhecida por abrigar presos políticos, o relógio da Destruição de Israel na Praça Palestina e o quartel-general de segurança interna da Guarda Revolucionária.
Em resposta, o IRGC conduziu sua 21ª operação com mísseis desde o início do conflito em 13 de junho, lançando ataques combinados de mísseis e drones contra múltiplos alvos em territórios israelenses, utilizando tecnologia de propulsão sólida e líquida e drones suicidas.
No sábado (21/6), os Estados Unidos entraram formalmente no conflito ao bombardear três instalações nucleares iranianas. O Iêmen também informou sua participação ao lado do Irã contra Israel e os EUA, declarando estar preparado para atacar navios americanos no Mar Vermelho caso haja agressão contra a República Islâmica do Irã.
Reações e consequências
O ataque americano foi condenado pelo governo iraniano como um grave erro do então presidente Donald Trump. O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, Abdolrahim Mousavi, afirmou que os bombardeios foram realizados em cooperação com forças israelenses e tiveram como alvo instalações nucleares estratégicas iranianas.
O embaixador iraniano na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Reza Najafi, declarou que os ataques comprometeram seriamente o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), um dos principais acordos internacionais de controle de armas nucleares, embora não tenha confirmado se o Irã abandonará o tratado, o que dificultaria inspeções futuras da ONU.
Enquanto isso, as defesas da base americana de Ain al-Asad, no Iraque, foram acionadas preventivamente devido ao risco de novos ataques iranianos. Essa base abriga tropas dos EUA que atuam com forças iraquianas e em operações da Otan na região.
O conflito escalou após uma operação militar americana atacar as instalações nucleares de Fordow, Natanz e Isfahan, marcando a entrada direta dos EUA na guerra iniciada em 13 de junho com ataques israelenses contra centros militares e nucleares iranianos.
Segundo o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, as ações americanas visaram objetivos específicos e tiveram como propósito enfraquecer o programa nuclear do Irã.