Autoridades do Irã anunciaram nesta segunda-feira (23/6) a detenção de um cidadão europeu suspeito de atuar como espião para a agência de inteligência israelense, o Mossad. A prisão ocorreu na província de Hamadan, localizada no oeste do país, após o suspeito entrar no Irã sob disfarce de turista.
Segundo o Judiciário iraniano, o indivíduo teria como objetivo estabelecer contato com redes estratégicas, coletar informações confidenciais e sabotar sistemas ofensivos e mísseis do Irã. A identidade do acusado e seu país europeu de origem não foram divulgados.
Contexto do Conflito Atual
Visando a sede da Guarda Revolucionária do Irã (IRGC), Israel intensificou ataques aéreos contra o Irã, nesta segunda-feira (23), atingindo com força sem precedentes o centro de Teerã, capital do país.
De acordo com o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, os ataques tiveram como alvos o quartel-general do Basij, a prisão de Evin, conhecida por abrigar presos políticos e opositores do regime, o relógio que simboliza a destruição de Israel na Praça Palestina, e o quartel-general de segurança interna da Guarda Revolucionária.
O Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) realizou sua 21ª operação de lançamento de mísseis desde o início do conflito com Israel, em 13 de junho. A nova tática adotada é um ataque combinado utilizando mísseis e drones contra múltiplos alvos em diversas regiões israelenses.
O IRGC comunicou oficialmente que usou mísseis de propulsão sólida e líquida, além de drones suicidas para atingir objetivos estratégicos ao longo do território israelense, do norte ao sul. No sábado (21/6), os Estados Unidos entraram oficialmente no conflito depois de bombardearem três instalações nucleares iranianas.
Em resposta a essa escalada, o Iêmen declarou sua participação na guerra contra Israel e os EUA ao lado do Irã, com prontidão para atacar navios e embarcações militares americanas no Mar Vermelho caso os Estados Unidos apoiem Israel em ações agressivas contra a República Islâmica do Irã.
Este episódio ocorre em meio ao agravamento do conflito entre Irã e Israel, que atingiu seu 11º dia nesta segunda-feira. Conforme a última atualização oficial do sábado (21/6), mais de 400 pessoas morreram desde o início dos ataques mútuos, e ao menos 3.056 ficaram feridas.
Desde o início da escalada militar, o Irã executou pelo menos três pessoas acusadas de colaborar com o Mossad. Um caso recente foi o de Esmail Fekri, enforcado em 16 de junho por suposta espionagem, que havia sido preso em 2023.
O chefe do Judiciário iraniano, Gholamhossein Mohseni Ejei, afirmou que os processos relacionados a apoio a Israel e ameaças à segurança nacional receberão prioridade. Ele declarou à TV estatal que os casos envolvendo segurança, especialmente aqueles relacionados à atuação como agentes infiltrados do inimigo, terão um tratamento mais célere.