LEONARDO VIECELI
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) apresentou uma redução de 0,11% em agosto, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Essa é a primeira vez em um ano que o índice oficial de preços do país registra deflação. A última queda mensal tinha sido de apenas 0,02% em agosto de 2024.
A deflação de 0,11% é a maior em quase três anos, desde setembro de 2022, quando o índice recuou 0,29%. Naquela época, o resultado foi consequência de uma redução de impostos promovida pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) pouco antes das eleições presidenciais.
No entanto, a queda de 0,11% foi menos acentuada do que o esperado pelos analistas do mercado financeiro, que previam uma baixa de 0,15%, conforme relatório da agência Bloomberg.
Em julho, o IPCA havia registrado uma alta de 0,26%. A deflação em agosto estava prevista devido à redução temporária na conta de luz provocada pelo desconto do bônus de Itaipu, que deve ser revertida a partir de setembro.
No acumulado dos 12 meses, o IPCA registrou uma inflação de 5,13%, conforme informado pelo IBGE. Em julho, esse índice era de 5,23%.
Esse acumulado permanece acima do limite máximo de 4,5% estabelecido como meta de inflação pelo Banco Central (BC). Desde 2025, o BC adotou uma meta contínua, não mais considerando o ano-calendário completo (janeiro a dezembro).
Nesse novo modelo, a meta de inflação é considerada descumprida se o IPCA acumulado ficar fora da faixa de tolerância, que vai de 1,5% a 4,5%, por seis meses consecutivos. O objetivo central é 3%.
O IPCA ultrapassou essa meta contínua pela primeira vez em junho.
Segundo a mediana das projeções do mercado financeiro, a alta prevista para o acumulado de 2025 é de 4,85%, de acordo com o boletim Focus divulgado pelo BC na segunda-feira (8). Essa previsão não mudou após 14 semanas consecutivas de revisões para baixo.