LEONARDO VIECELI
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
O IPCA, que é o índice oficial para medir a inflação no Brasil, apresentou uma queda de 0,11% em agosto, conforme os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Essa queda foi impulsionada pela redução temporária no preço da energia elétrica devido a um desconto no bônus de Itaipu. Também houve redução nos preços dos alimentos e da gasolina, o que ajudou a diminuir o índice geral de preços.
Essa foi a primeira vez em um ano que o IPCA registrou uma deflação. A última queda tinha sido em agosto de 2024, quando o índice caiu 0,02%.
A queda de agosto foi a maior em quase três anos, desde setembro de 2022, quando houve uma redução de 0,29% nos preços. Naquela época, essa diminuição foi em grande parte devido ao corte de impostos feito pelo governo de Jair Bolsonaro antes das eleições presidenciais.
Embora tenha ocorrido essa queda, ela foi um pouco menor do que esperavam os analistas financeiros, que previam uma diminuição de 0,15%, segundo a agência Bloomberg.
Em julho, o IPCA havia subido 0,26%. A deflação de agosto era esperada devido à redução temporária na conta de luz, causada pelo desconto concedido na energia de Itaipu, um efeito que deve ser revertido a partir de setembro.
Os preços da energia residencial caíram 4,21% em agosto, contribuindo para uma queda de 0,17 ponto percentual no índice total.
O IPCA acumulado nos últimos 12 meses passou para 5,13%, uma desaceleração em relação aos 5,23% registrados até julho. Porém, esse número ainda está acima do limite máximo de 4,5% estabelecido como meta pelo Banco Central.
Com a queda no preço da energia elétrica, o grupo de habitação passou de uma alta de 0,91% em julho para uma queda de 0,90% em agosto. Também foram registradas quedas nos grupos de alimentação e bebidas (-0,46%) e transportes (-0,27%).
Inflação, meta e projeções
Em 2025, o Banco Central passou a adotar um novo modelo para a meta de inflação, que agora é contínua e não mais com base no ano-calendário de janeiro a dezembro.
Nesse novo formato, a meta é considerada descumprida se o IPCA acumulado fica fora da faixa de tolerância (que vai de 1,5% a 4,5%) por seis meses seguidos. A meta central é 3%.
O índice ultrapassou essa meta contínua pela primeira vez em junho.
As projeções do mercado financeiro indicam que a inflação acumulada em 2025 deve ser de 4,85%, de acordo com o boletim Focus divulgado pelo Banco Central. Essa previsão se manteve estável após 14 semanas consecutivas de revisões para baixo.
