Operação de segurança mobilizou transferência de Macapá para o Rio Grande do Norte.
Uma forte operação de segurança foi mobilizada nesta terça-feira (20) para a transferência de um líder de facção preso no Amapá até o presídio federal de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte. O pedido para a mudança foi feito pela Delegacia de Homicídios da Polícia Civil e determinado pela Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça (Tjap).
A justificativa da polícia foi a alta periculosidade do detento, que mesmo de dentro do sistema penitenciário do Amapá estaria comandando crimes no estado, como homicídios e o tráfico de armas e drogas.
O Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) informou que por se tratar de ordem judicial, não pode fornecer mais informações sobre o reeducando.
A decisão que autorizou a transferência descreve que Tiago Pantoja Borges, conhecido como “Espeta”, foi sentenciado a uma pena de 45 anos e 9 meses de prisão, dos quais 15 foram cumpridos.
“A necessidade, por sua vez, está caracterizada, uma vez que de dentro da penitenciária, cumprindo pena em regime fechado, o apenado continua a influenciar a prática de outros delitos, dada a facilidade de comunicação com o meio externo, o que está a demonstrar que a privação da liberdade no estabelecimento prisional local não tem alcançado a finalidade de privá-lo o direito de ir e vir”, citou o juiz João Matos Júnior, da Vara de Execuções Penais.
O delegado Cézar Ávila, da Delegacia de Homicídios, que investiga crimes atribuídos a “Espeta”, detalhou que chegou até o nome dele após uma investigação sobre armas apreendidas.
“No decorrer da investigação foram apreendidas armas e conseguimos identificar um grupo dentro dessa facção destinado a cometer homicídios. Distribuíam armas e coordenavam ataques ao grupo rival com objetivo de dominar a área”, explicou.
A atuação de facções criminosas e a disputa pela venda e tráfico de drogas têm elevado nos últimos anos no estado os crimes de homicídio, aponta a polícia.
“Ele tem um papel relevante dentro da organização criminosa, ficou claro que as ordens passavam por ele e ele instrumentalizava quem estava fora do presídio para cumprimento das ordens de homicídio”, reiterou.
Além da pena de 45 anos, ‘Espeta’ foi indiciado por outros crimes: porte de arma e integrar organização criminosa, que, em caso de condenação, podem elevar a sentença atual.