A investigação sobre a morte do policial militar Jeferson Luiz Sagaz e da companheira dele, a empresária Ana Carolina Silva, foi finalizada aproximadamente dois meses após a localização dos corpos, ocorrida em 11 de agosto, dentro da banheira de um quarto de motel às margens da BR-101, em São José (SC).
O inquérito policial, publicado no último dia 1º, envolveu 16 laudos periciais, diversos depoimentos, assim como análises de celulares e câmeras de segurança.
Linha do tempo da apuração:
- 11 de agosto – descoberta dos corpos
Funcionários do motel encontraram Jeferson e Ana Carolina desacordados na banheira do apartamento.
O ambiente estava aquecido: a água da banheira atingiu 50ºC e o ar-condicionado estava programado para uma temperatura elevada. - Primeiras análises periciais
A Polícia Científica foi acionada para iniciar investigações no local.
Amostras de sangue e tecido foram coletadas para exames toxicológicos.
A necropsia inicial indicou alterações compatíveis com intermação — condição causada por hipertermia, quando o corpo ultrapassa o limite tolerável de aquecimento. - Exames toxicológicos
Os resultados apontaram níveis elevados de álcool e a presença de cocaína nos corpos. Segundo os peritos, essa combinação de substâncias pode provocar torpor, sonolência e até coma, dificultando a percepção da temperatura elevada. - Conclusão dos investigadores
Sob efeito da mistura de álcool e cocaína, as vítimas provavelmente não perceberam o perigo. A exposição prolongada à água quente, juntamente com o ambiente aquecido, teria provocado colapso térmico, desidratação severa e falência dos órgãos. - Laudos finais
O laudo assinado pela perita-geral Andressa Boer Fronza indica:- Causa da morte: intoxicação exógena;
- Fatores agravantes: hipertermia, desidratação e falência orgânica;
- Conclusão: mortes por múltiplos fatores associados.
De acordo com os peritos, o cenário mais provável é que a combinação de álcool, cocaína e a exposição prolongada à água quente tenha levado à perda súbita de consciência e ao colapso cardiovascular subsequente. A Polícia Científica ressalta que todos os exames seguiram protocolos rigorosos e não há evidências de envenenamento ou introdução forçada de substâncias.
Contestação da família
A família de Ana Carolina Silva divulgou nota repudiando os resultados do inquérito, negando que a empresária fosse usuária de drogas. Eles levantam dúvidas sobre uma possível ingestão forçada ou envenenamento e solicitam uma investigação detalhada, transparente e imparcial. Em resposta, a Polícia Civil informou que o caso está concluído e foi encaminhado ao Poder Judiciário.
Considerações finais
O inquérito oficial determina que Jeferson Luiz Sagaz e Ana Carolina Silva faleceram devido a intoxicação exógena associada a vários fatores, eliminando a hipótese de crime direto no local. Entretanto, a divergência entre os laudos técnicos e a versão da família mantém o caso como tema de debate público, enquanto a Justiça avaliará os próximos passos.