Uma nova era no tratamento dos tipos 1 e 2 de diabetes está sendo inaugurada com a chegada da icodeca, a primeira insulina semanal aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Um estudo recente conduzido no Brasil indica que o medicamento é efetivo em uma gama maior de pacientes do que se imaginava inicialmente.
Luis Henrique Canani, endocrinologista e pesquisador responsável pelo estudo, explicou ao Metrópoles que a pesquisa foi ampliada para incluir pacientes com diferentes perfis, como pessoas com maior ou menor peso e com diabetes tipo 1 ou tipo 2, e os resultados permaneceram consistentes, sem mudanças significativas.
O estudo foi apresentado no congresso da Associação Americana de Diabetes (ADA) em Chicago, nos Estados Unidos.
A icodeca foi criada por meio de uma alteração química na estrutura da insulina basal, o que permite que ela atue por sete dias no organismo. Essa inovação promete reduzir o número de aplicações de 365 injeções anuais para apenas 52, facilitando o tratamento para os diabéticos.
Luis Henrique Canani, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Núcleo de Pesquisa do Rio Grande do Sul (NPCRS), também mencionou que, em situações específicas, alguns pacientes poderão abandonar o uso da insulina antes das refeições e usar apenas a aplicação semanal, dependendo da avaliação médica e do tipo de diabetes.
Embora desenvolvida pela farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, empresa responsável por medicamentos como Ozempic e Wegovy, a insulina semanal ainda não tem data oficial para ser comercializada no Brasil. Apesar da aprovação pela Anvisa, a expectativa inicial de lançamento para o segundo semestre de 2024 foi adiada para 2026. Fontes da empresa afirmam que o medicamento só será disponibilizado quando a demanda brasileira puder ser atendida integralmente.
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