A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em outubro foi de 0,03%, uma queda em comparação aos 0,52% registrados em setembro. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice ficou em 4,49%, inferior aos 5,1% do período encerrado em setembro.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em outubro, os preços dos alimentos pesquisados pelo IBGE não tiveram variação, enquanto os itens não alimentícios apresentaram aumento de 0,04%.
Redução na conta de luz contribui
O principal fator que ajudou a reduzir o INPC foi o grupo de habitação, que caiu 0,32%, causando um impacto negativo de 0,06 ponto percentual no índice.
Isso ocorreu devido à mudança na bandeira tarifária da conta de luz, que passou da vermelha patamar 2 para o patamar 1. No nível 2, era cobrada uma taxa extra de R$ 7,87 a cada 100 Kwh consumidos, já no nível 1, vigente em outubro, a taxa extra foi reduzida para R$ 4,46.
Essa cobrança adicional é determinada pela Aneel para custear usinas termelétricas quando os reservatórios das hidrelétricas estão baixos, já que a energia dessas usinas é mais cara.
Importância do INPC para salários
O INPC é muito usado como referência para reajustes salariais anuais em várias categorias profissionais.
Por exemplo, o salário mínimo, além de outras métricas, utiliza o INPC acumulado até novembro para calcular seu valor do ano seguinte. Também o seguro-desemprego, os benefícios e o teto do INSS têm seus reajustes baseados no índice acumulado até dezembro.
Diferença entre INPC e IPCA
O IBGE divulgou ainda o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial, que foi de 0,09% em setembro e acumulou 4,68% em 12 meses.
A principal diferença entre os índices está no público pesquisado: o INPC considera famílias com renda entre um e cinco salários mínimos, enquanto o IPCA engloba famílias com renda entre um e 40 salários mínimos. Atualmente o salário mínimo é de R$ 1.518.
Além disso, os pesos atribuídos a grupos de produtos são diferentes. No INPC, alimentos correspondem a quase 25% do índice, mais do que os 21% no IPCA, refletindo o gasto maior das famílias de menor renda com alimentação. Por outro lado, itens como passagem aérea têm peso menor no INPC.
Segundo o IBGE, o INPC visa corrigir o poder de compra dos salários ao medir as variações dos preços da cesta de consumo das famílias com menores rendimentos.
A coleta de preços é feita em dez regiões metropolitanas, incluindo Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, assim como em outras cidades como Brasília, Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
Informações da Agência Brasil.
