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quinta-feira, 07/08/2025

Influenciadores gastam milhões com cachê da desgraça alheia

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A expressão “cláusula da desgraça alheia”, também chamada de “cachê da desgraça alheia”, refere-se a contratos entre influenciadores digitais e casas de apostas online. Essa prática foi uma das fontes de receita para 14 influenciadores investigados pela Operação Desfortuna, realizada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ), no dia 7 de agosto.

O grupo teria movimentado mais de R$ 4 bilhões com o famoso Jogo do Tigrinho. Apesar do baixo esforço, os influenciadores conseguiam grandes ganhos, conforme apurado pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD). Alguns recebiam um percentual das perdas dos apostadores que se inscreviam na plataforma por meio dos links divulgados por eles, que deveriam promover conteúdos positivos para seus seguidores.

De acordo com as investigações, nos últimos dois anos, eles movimentaram cerca de R$ 40 milhões através da promoção desses jogos de azar. Com os rendimentos, exibiam luxo em viagens internacionais, jatos particulares, carros caros e mansões.

Os relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificaram transações relacionadas a uma rede ilegal de apostas online, com indícios de lavagem de dinheiro e organização criminosa.

A operação aconteceu simultaneamente nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Conforme a PCERJ, os influenciadores promoviam falsas promessas de lucro fácil em suas redes sociais, atraindo seguidores para plataformas ilegais.

Segundo as investigações, esses influenciadores faziam parte de uma estrutura organizada, com papéis definidos entre divulgadores, operadores financeiros e empresas fictícias.

Além disso, a apuração foi realizada em parceria com o Gabinete de Recuperação de Ativos (GRA) e o Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD).

Durante as investigações, foram detectados sinais de enriquecimento incompatível com a renda declarada pelos envolvidos, que ostentavam em suas redes viagens ao exterior, veículos e imóveis de alto padrão.

Além da promoção dos jogos ilegais, eles são suspeitos de manter uma rede empresarial para ocultar a origem ilícita do dinheiro, configurando lavagem de dinheiro.

Alguns desses influenciadores têm ligações com pessoas envolvidas em crimes organizados, o que torna o caso ainda mais complexo.

O influenciador digital Mauricio Martins Junior, conhecido como Maumau, foi preso em flagrante durante a operação após a polícia encontrar uma arma em sua residência.

A coluna Na Mira procura a defesa dos investigados e mantém aberto o espaço para posicionamentos.

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