Hytalo Santos e seu marido, Israel Nata Vicente, conhecido como “Euro”, são acusados de ter um papel central em uma rede nacional de tráfico de pessoas. O casal teria adquirido crianças e adolescentes para treiná-los e usá-los em canais digitais próprios.
A prisão do casal ocorreu em Carapicuíba (SP) na última sexta-feira (15/8), em cumprimento a mandados expedidos pela Justiça da Paraíba. Eles estão sob investigação por tráfico de pessoas, exploração sexual de menores, trabalho infantil irregular e lavagem de dinheiro.
Investigações indicam que Hytalo Santos teria recorrido a uma rede de contatos para recrutar crianças em situação vulnerável socioeconômica. As vítimas eram selecionadas, transportadas e usadas em contextos de exploração sexual, trabalho forçado ou outras formas de servidão.
O Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) da Secretaria Nacional de Segurança Pública desempenhou papel crucial na apuração dos fatos, realizando análise de redes digitais, cruzamento de dados e monitoramento de conteúdos monetizados para identificar envolvidos na rede de tráfico.
O secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, destacou a seriedade das investigações que preservam os direitos e a dignidade das vítimas, principalmente crianças e adolescentes.
As ações contaram com o trabalho conjunto do Gaeco, Ministério Público do Trabalho, Polícias Civis da Paraíba e São Paulo, a PRF e o Ciberlab da Secretaria Nacional de Segurança Pública.
A Justiça da Paraíba determinou a suspensão das redes sociais do influenciador, busca e apreensão de equipamentos e proteção aos adolescentes, com base em fortes indícios de riscos e violações de direitos. Além disso, foi apurado que responsáveis legais das vítimas teriam aceitado valores e bens em troca do envolvimento das crianças.
Segundo a investigação, o influenciador mantinha um esquema semelhante a uma “casa de influenciadores” onde adolescentes eram explorados e tinham seus vídeos monetizados. O levantamento das conexões feitas nas redes sociais tem servido para identificar cúmplices que participavam do recrutamento e transferência dos jovens entre cidades, configurando possível tráfico interestadual.
A apuração permanece em andamento e segue sob sigilo para preservar as investigações.