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domingo, 07/12/2025

Inflamação no cérebro pode ser causa do Alzheimer

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Um estudo realizado pelo laboratório do neurocientista Eduardo Zimmer, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), indica que a inflamação no cérebro é necessária para o surgimento e avanço do Alzheimer.

De acordo com o artigo publicado na revista Nature Neuroscience, o acúmulo das proteínas tau e beta-amiloide desencadeia uma resposta dos astrócitos, que participam na comunicação entre os neurônios, apenas quando a microglia, célula responsável pela defesa do cérebro, também está ativada.

Eduardo Zimmer explicou que essas proteínas formam aglomerados insolúveis no cérebro, que fazem com que os astrócitos e microglias mudem para um estado reativo, causando a inflamação cerebral.

O professor ressaltou que, embora já se soubesse da presença dessa reação em animais e cérebros de pessoas falecidas, agora foi possível observar essa comunicação celula em pacientes vivos graças ao uso de exames de imagem avançados e biomarcadores altamente sensíveis.

Ele acrescentou que a placa beta-amiloide causa a ativação do astrócito, porém para o desenvolvimento da doença, a microglia também precisa estar ativa. Quando ambas estão reativas, a progressão da doença pode ser explicada em até 76% pela variação cognitiva observada.

O estudo ainda destaca que não se sabe ao certo o que provoca a formação da placa beta-amiloide, mas fatores genéticos e ambientais ao longo da vida influenciam seu surgimento. Hábitos saudáveis, como atividades físicas regulares, alimentação equilibrada, boa qualidade do sono e estímulos intelectuais, diminuem as chances de desenvolver Alzheimer.

Já fatores como tabagismo, consumo excessivo de álcool, sedentarismo e obesidade são riscos para a doença.

Essa descoberta sugere uma nova abordagem para o tratamento do Alzheimer, mudando o foco dos fármacos apenas para a remoção das placas beta-amiloides para a interrupção da comunicação entre astrócitos e microglias, minimizando a inflamação cerebral.

Eduardo Zimmer explicou que será importante, além de eliminar as placas, conter a ativação exagerada dessas células para controlar a doença.

O estudo recebeu apoio do Instituto Serrapilheira.

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