O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, informou que a inflação esperada pelo governo, Banco Central e mercado permite uma possível diminuição da taxa Selic em breve. Recentemente, o Banco Central manteve a taxa de juros em 15% ao ano.
Segundo o Boletim Macrofiscal de novembro, a inflação deve ficar em 4,6% no final de 2025, 3,6% no final de 2026 e 3,2% no segundo trimestre de 2027, que é o período importante para a política monetária, ficando um pouco abaixo da previsão do Banco Central de 3,3%. Depois, espera-se que a inflação converja para 3%.
Guilherme Mello destacou que essa projeção indica que a política monetária pode ser flexibilizada, pois atualmente está em um nível bastante restritivo. Ainda assim, essa redução dos juros não será significativa, pois a taxa continuará em um patamar restritivo.
Ele também mencionou que o Banco Central não precisa esperar que sua previsão mostre o índice de preços ao consumidor no centro da meta para iniciar os cortes na taxa Selic. O Comitê de Política Monetária avaliará o momento e o tamanho dessas reduções.
Sobre as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que afirma que a taxa Selic está muito alta, Guilherme Mello explicou que isso ocorre devido à expectativa de queda da inflação. O ministro deposita confiança na trajetória projetada pelos dados da Fazenda, Banco Central e mercado, que indicam convergência da inflação para a meta estabelecida.
Guilherme Mello ainda disse que um ciclo de redução da Selic em 2026 seria compatível com a desaceleração econômica do Brasil. O momento exato do início desse ciclo ainda será avaliado, mas está alinhado com a recente desaceleração da economia, apesar do mercado de trabalho ainda apresentar certa resistência. Os indicadores de expectativa de inflação têm se aproximado do centro da meta, o que é um sinal positivo.
Estadão Conteúdo

