17.5 C
Brasília
sexta-feira, 22/11/2024
--Publicidade--

Inflação na zona do euro atinge recorde histórico em junho

Brasília
chuva forte
17.5 ° C
18.1 °
17.5 °
100 %
2.6kmh
75 %
sex
27 °
sáb
26 °
dom
25 °
seg
22 °
ter
19 °

Em Brasília

Inflação na zona do euro atinge recorde histórico em junho

Agência Eurosat aponta que conflito na Ucrânia é o impacto nos mercados internacionais (Alessia Pierdomenico/Bloomberg)

A inflação da Eurozona prosseguiu com a tendência de alta em junho e bateu um recorde, ao atingir a marca de 8,6% em ritmo anual, estimulada pelos aumentos expressivos nos preços da energia e dos alimentos, consequência da guerra na Ucrânia.

O índice divulgado pela agência europeia de estatísticas Eurostat é o mais elevado da série histórica, que começou em janeiro de 1997, e está meio ponto percentual acima do nível de maio, que foi de 8,1%.

Até o fim do ano passado, as autoridades europeias consideravam que a alta da inflação era resultado da acelerada recuperação das atividades após a flexibilização das medidas anticovid aplicadas durante a pandemia.

O aumento nos preços da energia, no entanto, provocou o alerta, em uma tendência que se tornou dominante com o início da guerra na Ucrânia.

O Banco Central Europeu (BCE) havia projetado no fim de 2021 uma inflação “próxima mas inferior a 2%”, uma previsão atropelada pela realidade.

A perspectiva aumenta o risco de uma crise da dívida na zona do euro, uma consequência da crescente diferença de taxas de juros exigidas dos Estados do norte e do sul da Europa para obter empréstimos e financiar seus déficits.

A presidenta do BCE, Christine Lagarde, afirmou esta semana que a instituição irá “”até onde for necessário” para controlar a inflação “excessivamente elevada”, mas admitiu que o índice permanecerá elevado “por algum tempo”.

De acordo com a Eurostat, o principal fator da inflação em junho foi mais uma vez o aumento nos preços da energia (eletricidade, petróleo e gás), que registraram avanço de 41,9%, depois da alta de 39,1% em maio.

Preocupação com os alimentos

Outra consequência do conflito na Ucrânia é o impacto nos mercados internacionais de alimentos, em particular cereais e grãos, diante da impossibilidade de Kiev exportar sua produção.

A Eurostat destaca que em junho o setor de alimentos (que inclui tabaco e álcool) registrou aumento de 8,9% em ritmo anual. Em maio o avanço foi de 7,5%.

Entre as principais economias da Eurozona, a França registrou uma dos menores índices de inflação em junho, a 6,5%.

Na Alemanha, a taxa foi de 8,2%, enquanto a Itália registrou 8,5% e a Espanha 10,0%.

Vários países do bloco registraram alta de preços de dois dígitos, como Grécia (12,0%), Luxemburgo (10,3%), Eslováquia (12,5%) ou Eslovênia (10,8%).

O cenário mais grave aconteceu nos países bálticos: Letônia com 19%, Lituânia com 20,5% e Estônia com 22%.

Philippe Waechter, economista da Ostrum Assets Management, declarou à AFP que a alta dos alimentos “terá um efeito muito pesado”.

“Historicamente, nunca tivemos um indicador tão elevado sobre a contribuição dos alimentos na inflação geral.

“A situação não está melhorando e, inclusive, tem uma tendência a piorar ainda mais. Isto quer dizer que muitos europeus têm problemas para se alimentar”, comentou o analista.

Para Andrew Kenningham, da consultoria Capital Economics, a inflação permanecerá “muito alta até o final do ano”, pois os aumentos nos preços da gasolina serão repassados aos varejistas e os alimentos ficarão mais caros.

--Publicidade--

Veja Também

- Publicidade -