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sexta-feira, 26/12/2025

Inflação em novembro é a mais baixa desde 2018 e alcança meta anual

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LEONARDO VIECELI
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)

A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), subiu 0,18% em novembro, após ter registrado 0,09% em outubro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Mesmo com o aumento em relação ao mês anterior, essa é a menor variação para novembro desde 2018. A taxa de 0,18% ficou um pouco abaixo da mediana das projeções do mercado financeiro, que era de 0,19%, de acordo com a agência Bloomberg. As estimativas variavam de 0,16% a 0,26%.

Nos últimos 12 meses, o índice de preços acumulado pelo IPCA desacelerou para 4,46% até novembro, depois de 4,68% registrado em outubro.

Isso indica que a inflação voltou a ficar abaixo do teto da meta definida pelo Banco Central, que é de 4,5%, algo que não ocorria desde setembro de 2024.

A divulgação do IPCA de novembro acontece no mesmo dia em que o Banco Central realiza sua última reunião em 2025 para decidir o valor da taxa básica de juros, a Selic.

Para controlar a inflação, o Banco Central iniciou em setembro de 2024 um ciclo de aumento dos juros, levando a Selic a 15% ao ano, patamar mantido desde o último mês de junho.

Com a estabilização da inflação no acumulado dos últimos 12 meses, membros do governo Lula (PT) e empresários reforçaram pedidos para a redução dos juros. No entanto, analistas aguardam que a taxa permaneça em 15% após a reunião desta quarta-feira.

Ao elevar a Selic para dois dígitos, o Banco Central quer diminuir a demanda por bens e serviços, pois o crédito fica mais caro, o que ajuda a conter a alta dos preços.

Por outro lado, isso desacelera o crescimento da economia, um efeito que já é observado no Produto Interno Bruto (PIB), e pode causar desconforto para o governo antes das eleições de 2026.

META CONTÍNUA E PROJEÇÕES

Em 2025, o Banco Central adotou uma meta de inflação contínua, abandonando a referência baseada no ano-calendário de janeiro a dezembro.

Esse novo modelo considera que a meta foi descumprida se o IPCA acumulado ficar fora da faixa de tolerância de 1,5% (piso) a 4,5% (teto) por seis meses consecutivos. O centro da meta é 3%.

O IPCA ultrapassou essa meta contínua pela primeira vez em junho. Em novembro, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que a instituição deve buscar o centro da meta de 3%, não o limite superior de 4,5%.

Na mediana, as projeções do mercado financeiro reduziram a expectativa para o IPCA acumulado em 12 meses para 4,40% em 2025, conforme o boletim Focus divulgado pelo Banco Central na segunda-feira (8), antes dos dados do IBGE.

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